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As origens da Neurodiversidade

Neurodiversidade representada por um lápis de cor desenhando mais um risco num emaranhado de riscos coloridos

neurodiversidade é essencial à riqueza criativa de uma sociedade.

Uma dúvida recorrente é sobre as origens da Neurodiversidade. Neurodiversidade é o conceito em que as diferenças neurológicas são vistas como variações naturais do funcionamento humano. Dessa forma, mais que um conjunto de déficits, são variações nos perfis das pessoas. Ou seja, são perfis que podem contribuir na cultura e tecnologia. Portanto, a neurodiversidade são variações de diferentes modos de funcionamento, evolução e adaptação do cérebro humano.

Modelo Social da Deficiência e Neurodiversidade

Hoje, a percepção sobre a deficiência é diferente. Não se limita a uma lesão que limita a pessoa. Ou que seja uma estrutura de humilhação, segregação e opressão. De acordo com o modelo social da deficiência, essa experiência se constrói pelas barreiras impostas pela sociedade. Isso inclui práticas e atitudes excludentes. Logo, existe juízo de valor no modelo biomédico. O que, certamente, rotula existências e classifica as vidas como desejáveis ou aceitáveis ao convívio social.

O termo “neurodiversidade” foi criado pela socióloga australiana Judy Singer em 1998. Dessa forma, o resultado é que a neurodiversidade garante a estabilidade social e cultural. Assim como a biodiversidade garante a estabilidade do ecossistema. No final da década de 1990, havia poucas categorias de deficiência. Uma delas era a psiquiátrica. A princípio, essa última enquadraria o autismo. No entanto, tal classificação não dava conta de caracterizar as nuances do autismo. Especialmente em casos mais sutis, que não apresentavam prejuízo cognitivo ou de linguagem.

Judy Singer e as origens da Neurodiversidade

Singer introduziu o conceito da neurodiversidade a partir da estranheza de sua própria família. Em outras palavras, a família da pesquisadora reconheceu na família, uma série de fracassos e tragédias. Então, Singer culpava a mãe pela infância sofrida. Segundo Singer, a mãe confundia as expectativas das atitudes de alguém. Aliás, a mãe era uma pessoa difícil de se conviver. Não percebia o óbvio nas interações sociais. Ou o que se passava com os outros.

O pai da socióloga buscou ajuda com psiquiatras, antes de se divorciar da esposa. Entretanto, ele não obteve respostas sobre a ‘esquisitice‘ de sua mulher. Por isso, ele se contentou em acreditar que 20todos são diferentes em algum grau. Mas Singer concluiu que a mãe era uma pessoa preguiçosa. Além disso, ela havia feito escolhas equivocadas em sua vida. Contudo, Singer viria a repensar essa conclusão no futuro.

E foi o que aconteceu quando a socióloga teve sua filha. Ela estava com 2 anos, quando Singer leu uma descrição sobre autismo. Então, ela percebeu essas características em sua filha. No entanto, os amigos acreditavam que ela projetava as relações familiares vivenciadas com a mãe, na filha. Mas, Judy Singer via a filha desenvolver comportamentos similares aos da mãe dela. Portanto, começou a desconfiar de que haveria uma deficiência hereditária na família. Porém, ela não sabia o que era. Apenas intuía que se tratava de algo de origem orgânica, não psicológica.

Autistas como grupo social

Durante os estudos sobre deficiências, Singer percebeu que tinha medo de ser autista. Além disso, Singer observou que, como existem grupos de pessoas negras ou queers, poderia haver grupos de pessoas com as mesmas características de seus familiares. Desse modo, retornou à Academia para’ estudar sociologia da deficiência’. Nessa época, a filha, então com nove anos, foi diagnosticada autista. Dois anos depois, a própria pesquisadora recebeu o mesmo diagnóstico.

Nem o nome da condição era um consenso, à época. Variava de termos como 20Autismo de Alto Funcionamento e Síndrome de Asperger. O diagnóstico era definido por prejuízos na qualidade da interação social e comportamentos restritos e repetitivos. Mas sem atrasos de cognição ou linguagem.

Para Judy, o valor do ativismo no Espectro Autista está em apresentar uma política de diversidade neurológica. Portanto, traz uma expansão na forma de se perceber o mundo. Desse modo, o ativismo autista amplia as noções do modelo social da deficiência. Ou seja, coloca em xeque a crença de um padrão na maneira de sentir e de perceber os fenômenos. Assim, o “neurologicamente diferente” seria uma adição ao debate dos grupos sociais. Tais como etnia, classe e orientação sexual.

Texto de Sophia Mendonça – Jornalista, Mestre em Comunicação Social e autista

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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MARIA DA PENHA DA SILVA
MARIA DA PENHA DA SILVA
2 anos atrás

E se uma autista pratica violencia domestica ela e inocente? se a vitima for uma idosa a autista e inocente? e se a vitima for a propria mae da autista ela e inocente. qual a sua opiniao sobre isso?