Selma Sueli Silva
“Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância.” Simone de Beauvoir
Não, eu não vou falar contra os homens.
Eu falo contra o machismo!
Porque feminismo não é o inverso de machismo.
Tudo é muito mais complexo e profundo.
O terceiro milênio chegou e, com ele, muitas descobertas.
Identidade de gênero é autodeclarável, porque gênero é um amplo espectro, tecido por nossos pensamentos, escolhas e ações.
Sou feminista sim.
Olho para a totalidade das mulheres: realizadas, violentadas, felizes, massacradas, trans, pretas, brancas, índias, autistas, típicas…
O ser humano é rico, complexo, profundo.
O binarismo, que serviu à construção do patriarcado, não nos serve mais.
Caducou, mesmo que esteja presente no discurso de um presidente ‘non sense’ e seus asseclas.
Sim, o mundo engessado, binário esperneia ante a realidade da evolução natural.
Falo de homens que agonizam. Não falo de você que sabe que filho é responsabilidade de pai e mãe. Não há que se discutir, educação, pensão, culpa…
Falo pra você homem, que experiencia viver o ser humano que é, sem rótulos, sem pressão social.
Aprochegue-se. Vamos juntes, construir uma sociedade que abraça a diversidade em todos os campos, porque você já entendeu que é ela, a diversidade, as diferenças que nos tornam criativos e nos permitem avançar.
Há que se endurecer, mas não só endurecer. Há que se fazer o que for preciso para enxergar o outro como ele é. E não como uma representação do que eu determino que ele seja. Vamos romper estereótipos de violência, que ameniza a ação do agressor e responsabiliza a vítima.
Gênero, afeto, amor… Tudo isso é grande demais para caber somente na caixinha de nossa sexualidade.
Qual é o seu lema?
“Respeito é construído a duras penas.”
“Abundância traz avareza.”
“Para rico tudo é fácil, para o pobre não.”
Chega. O que diz sobre nós – homens, mulheres, raças, pessoas com orientação sexual, gênero e cultura diferentes, pessoas com ou sem deficiências, é que somos todos, sem exceção, seres humanos.
E como seres humanos possuímos uma iluminação que nos é inerente. Se, por qualquer motivo, nos afastamos dela, saibam: Podemos fazer o caminho de volta. A qualquer momento. Porque gente é para brilhar.
O roteiro de nossas vidas, somos nós que escrevemos. Fazendo nossas escolhas, jogando luz em nossas habilidades, trabalhando nossas limitações. E pedindo ajuda quando necessário.
Quando mudamos algumas crenças que nos impedem de avançar e nos reprogramamos, imediatamente, o conteúdo muda também. Se focarmos somente no que reina na sociedade atual, na atuação dos três venenos (Avareza, Ira e Estupidez, esses venenos que nos afastam de nossa essência), nós não avançar.
Situações difíceis trazem aprendizados maravilhosos. Assim como o inverno abriga, em si, toda a primavera.
Se você não acredita numa sociedade mais criativa, equânime, digna, humana e inclusiva, você não vai enxergar quando ela chegar.
No dia Internacional da Mulher, se libertem, todes vocês, e venham com a gente! Temos uma nova sociedade sendo tecida, aqui e agora.
E ela vem. “Eu já escuto os seus sinais”.
Recado de minha mãe, avó de Sophia:
Eu tenho um caminho,
Um caminho que eu escolhi,
Um caminho que me convida a seguir em frente, sempre.
Um caminho que me leva à vitória infalível.
Avante, mulheres. Sigamos juntas rumo à felicidade!
Minha mãe querida, eu e Sophia seguimos, confiantes, com você.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.