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O que é o Budismo?

Sophia Mendonça explica o que é o Budismo. Afinal, a influnciadora e pesquisadora pratica há anos essa religião e filosofia. Foto: Flávio Tavares

Sophia Mendonça explica o que é o Budismo. Afinal, a influnciadora e pesquisadora pratica há anos essa religião e filosofia. Foto: Flávio Tavares

Hoje vou explicar sobre o que é o Budismo. Afinal, pratico desde os 18 anos esse híbrido entre filosofia e religião não-teísta. Mas, muito antes de mim, minha avó tornou-se praticante em 1981, enquanto minha mãe abraçou a atuação budista em 2005. Ou seja, é algo antigo em minha família. Porém, muitas pessoas no contexto brasileiro ainda tem no imaginário uma visão do senso comum do que isso seria. Portanto, veem o exercício budista como uma meditação dissociada dos eventos cotidianos.

Como surgiu o Budismo?

É que, na verdade, existem várias linhagens budistas desde que Sidharta Gautama fundou essa doutrina há cerca de 3000 anos. Isso ocorreu na região que hoje é o Nepal. Inclusive, Shakyamuni é o nome pelo qual conhecemos Sidharta após a fundação. Ele observou os sofrimentos do nascimento, envelhecimento, doença e morte. Isso porque, embora ele próprio fosse jovem e saudável, percebeu que eram aspectos inevitáveis ​​da vida humana. Portanto, renunciou à vida secular e embarcou na busca de uma filosofia sólida. Então, Shakyamuni estudou tanto os ensinamentos tradicionais quanto os novos ensinamentos da época. Ele também praticou meditação e percebeu meios de superá-lo.

Afinal, Shakyamuni percebeu que as pessoas estavam sofrendo devido à ignorância sobre a dignidade das próprias vidas. E também, por causa do egocentrismo decorrente do apego a desejos indescritíveis e egoísmo destrutivo. Portanto, ensinou que, ao despertar para a Lei universal, a pessoa pode se libertar do eu inferior e manifestar seu estado de vida puro. Assim, explicou que esse estado de vida é a qualidade mais digna e essencial necessária para viver uma vida humana plena.

As linhagens budistas e o que é Budismo Mahayana

Shakyamuni tinha como objetivo o florescimento da vitalidade humana e o despertar da dignidade insuperável na vida dos indivíduos. Assim, visava à liberação do potencial interior por meio do exercício da sabedoria. Além disso, ele enfatizou que a consciência da dignidade da própria vida deve levar ao respeito pela dignidade de todas as outras vidas Porém, após a morte de Shakyamuni, os ensinamentos, que tiveram como centro a compaixão e a sabedoria, receberão documentação em vários sutras. Estes registros se tornaram a base para o estabelecimento de um sistema de doutrinas e escolas de budismo.

A prática budista que eu sigo vem cerca de 500 anos após a morte de Shakyamuni. Este pensamento tem origem com o movimento Budismo Mahayana, que apresenta um maior enfoque na compaixão e no altruísmo. Com essa outra linhagem, há o surgimento de várias linhas de Budismo, por meio de estudiosos como Tientai, que direciona um olhar mais profundo sobre o Sutra do Lótus. Este ensinamento descreve o juramento de Shakyamuni para elevar o estado de vida de todos os seres vivos ao mais elevado nível de consciência.

O que é o Budismo de Nichiren Daishonin

Tal perspectiva ganhou novo fôlego no Japão do século 13, por meio de Nichiren Daishonin. Isso porque Nichiren estudou a densidade da obra e concluiu que ela trazia em si toda a essência dos pensamentos de Shakyamuni. Além disso, Nichiren revelou a recitação do Nam Myoho Renge Kyo, cuja repetição em cântico chama Daimoku. Esta frase em sânscrito revela ideogramas que se desdobram em complexos significados. Porém, o que ela representa em síntese é o compromisso de desempenhar ações, palavras e pensamentos benevolentes para obter efeitos igualmente positivos para si e o coletivo.

Afinal, o Budismo não traz um conceito personificado de Deus. Nem tampouco crê em mundos que não sejam o físico. Portanto, limita as ideias de céu e inferno a metáforas a respeito do comportamento humano. O que o budismo prega é a existência de dez possibilidades de manifestação dessas atitudes, que interagem entre si. Ou seja, são como se fossem oscilações de humor. Assim, o Estado de Buda seria o maior nível de percepção dos fenômenos. Dessa forma, simboliza uma condição de felicidade plena.

Revolução Humana e a prática cotidiana do Budismo

Por meio da prática budista diária, as pessoas são capazes de desafiar vários obstáculos, refletir profundamente sobre si e despertar esperança e espírito de desafio e coragem. Com isso, são capazes de abraçar valores firmemente fundamentados na humanidade e construir uma personalidade inabalável. Este é o processo que, na organização Soka Gakkai, chamamos de Revolução Humana.

Sophia Mendonça

Autora do Artigo

Sophia Mendonça é uma youtuberpodcasterescritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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