Enquanto espero para assitir ao suspense “Uma Família Feliz” (2023), aproveito para resgatar outra parceria curiosa entre a atriz Grazi Massafera e o cineasta José Eduardo Belmonte. É que “Billi Pig” (2012) remete às antigas chanchadas que se popularizaram no antigo cinema nacional. Além disso, a obra faz piada com o passado de Grazi e os desafios que ela teve para vingar na carreira de atriz.
Grazi Massafera estreou como protagionista no cinema em Billi Pig
Marivalda (Grazi Massafera) é uma aspirante a atriz. Ela é casada com o corretor de seguros falido Wanderley (Selton Mello) e conversa com um porco de brinquedo (dublado pela própria Grazi Massafera), que fala para ela largar o marido. Paralelo a isso, a filha de um traficante é baleada. Então, para tentar salvá-la do coma em que se encontra, os capangas do bandido resolvem procurar o padre Roberval (Milton Gonçalves). Eles acabam encontrando Wanderley, que diz que o padre fará o tal milagre. Para isso, ele pede dinheiro em troca.
Apesar do potencial cômico e das interessantes ideias narrativas, Billi Pig incomoda com a falta de situações realmente engraçadas. Isso é grave para uma comédia e parece ter ligação com a ingenuidade ultrapassada e o excesso de personagens. Porém, a dinâmica entre o trio de protagonistas melhora bastante o filme.
Grazi Massafera, Milton Gonçalves e Selton Mello protagonizam homenagem às chanchadas
Nesse sentido, Milton Gonçalves mostra toda a energia cômica de um veterano em contraste com autoparódia de Grazi Massafera, que ainda não havia conquistado o renome de uma indicação ao Emmy por “Verdades Secretas”. Sem contar que ela sempre foi bastante carismática. Assim, a dupla converte um roteiro que visa ao nonsense sem fluidez ou inspiração em um passatempo curioso. Sem contar que Selton Mello faz um contraponto interessante a eles por meio de um desempenho contido, mas que é capaz de sustentar o filme.
Avaliação
Autora da Crítica
Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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