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A amizade em Miss Simpatia

A amizade em Miss Simpatia, assim como o carisma reluzente de Sandra Bullock em papel que lhe rendeu indicação ao Globo de Ouro.

A amizade em Miss Simpatia, assim como o carisma reluzente de Sandra Bullock em papel que lhe rendeu indicação ao Globo de Ouro.

A amizade em Miss Simpatia, assim como o carisma reluzente de Sandra Bullock em papel que lhe rendeu indicação ao Globo de Ouro.

Sandra Bullock é daquelas atrizes que, por possuírem talento para o drama e para a comédia, fazem qualquer filme valer a pena. Porém, antes de ganhar o Oscar de Melhor Atriz por sua atuação em Um Sonho Possível (2009) e ser novamente nomeada por Gravidade (2013), ela era mais conhecida por seus papeis em longas despretensiosos. Dentre eles, Miss Simpatia (2000) merece destaque.

Qual é a história do filme Miss Simpatia?

Aqui, Bullock interpreta Gracie Hart. Ela é uma agente durona do FBI que não liga para a aparência, ou seja, está sempre vestindo roupas masculinas e com os cabelos desgrenhados. Porém, ela e seus colegas de emprego ficam sabendo que um grupo terrorista está pretendendo explodir uma bomba no concurso Miss Estados Unidos. Então, é Gracie a única apta a se disfarçar de miss com o objetivo de se infiltrar no concurso. Isso acontece por mais que a moça deteste concursos de beleza e tenha que ser treinada por Victor (Michael Caine) para poder agir como uma candidata à coroa.

Quem ficou a cargo da direção foi Donald Petrie, do péssimo Riquinho (1994), que aqui faz um trabalho competente, com alguns momentos de maior brilho. Um exemplo disso é toda a sequência do concurso, no final, que culmina em momentos hilários com o anúncio da vencedora. As pessoas que assistirem ao filme esperando uma qualidade técnica fora do normal vão se decepcionar – a trilha sonora, por exemplo, não chama a menor atenção – mas o diretor consegue dar à obra um ritmo agradável e envolvente.

Resenha do filme Miss Simpatia

Já o roteiro, escrito a seis mãos por Marc Lawrence, Katie Ford e Caryn Lucas, acerta ao criar uma trama simples que serve como pano de fundo para explorar a imensa capacidade de Bullock de fazer comédia. Também é possível perceber uma mensagem bonita sobre a amizade, que é visível em momentos como quando Gracie chega atrasada para se arrumar para o concurso. Além disso, a maneira como a protagonista vai mudando a própria relação com a feminilidade sem perder a própria identidade é digna de nota.

Falando do elenco, Michael Caine está bem como um instrutor de miss que, apesar de muito competente, perdeu oportunidade de treinar novas candidatas após ter pressionado excessivamente uma ex-miss. É seu personagem quem ajuda Gracie na tentativa de se tornar “uma dama”. Aliás, os roteiristas merecem pontos pelos diálogos criados, já que Victor e Gracie estão sempre respondendo um ao outro de forma inteligente e divertida. Outra que apresenta boa atuação é Heather Burns, que interpreta uma bondosa candidata a miss que faz amizade com a protagonista. Sua personagem facilmente conquista o espectador.

O carisma reluzente de Sandra Bullock

Mas o que mais chama a atenção é o desempenho brilhante de Sandra Bullock, que foi indicada ao Globo de Ouro por este papel. Por meio do andar e do ronco que faz quando ri, a atriz consegue mostrar como sua personagem não tem as mesmas características sofisticadas de suas colegas. Ela está soberba nas cenas cômicas e provoca boas gargalhadas com a personagem desajeitada que interpreta. Assim, transmite de forma hilária o sarcasmo da protagonista. Ao mesmo tempo, ela é eficaz ao cativar a plateia. Gracie é, acima de tudo, uma ótima pessoa. E é graças à interpretação de Bullock que o filme faz rir incontrolavelmente do começo ao fim. Dessa forma, revela-se um programa extremamente divertido.

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Avaliação

Avaliação: 4 de 5.

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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