6 motivos para ler Nem Tudo é o que Parece! - O Mundo Autista
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6 motivos para ler Nem Tudo é o que Parece!

6 motivos para ler Nem Tudo é o que Parece!, romance de Sophia Mendonça e Selma Sueli Silva sobre tabus da maternidade.

6 motivos para ler Nem Tudo é o que Parece!, romance de Sophia Mendonça e Selma Sueli Silva sobre tabus da maternidade.

6 motivos para ler Nem Tudo é o que Parece!, romance de Sophia Mendonça e Selma Sueli Silva sobre tabus da maternidade.

6 motivos para ler Nem Tudo é o que Parece!, romance de Sophia Mendonça e Selma Sueli Silva sobre tabus da maternidade.

Uma nova (e realista) perspectiva sobre o autismo nível 1 de Suporte

    Tabus sobre a maternidade atípica e a Identidade de Gênero: Nem Tudo é o que Parece! mostra o autismo pelo lado de dentro. Ou seja, o livro mergulha na intimidade de uma mãe que apresenta esse diagnóstico e o compartilha com o filho. Dessa forma, a obra desconstroi estereótipos sobre a autonomia e os comportamentos do autismo nível 1 de suporte. Isso porque a publicação nos traz um olhar não-romantizado sobre a solidão, as crises e o cruzamento entre condições coexistentes (comorbidades) que aflige essa população.

    Não só mostramos a verdade nua e crua do que pode acontecer, como também conseguimos trazer estratégias concretas e funcionais no combate à dor. Além disso, quisemos nos aprofundar nas causas do sofrimento pela perspectiva da família envolvida. Daí, surgem as reviravoltas que ficcionalizam a nossa trajetória em diversos momentos”, comenta a autora Sophia Mendonça

    O ponto de vista materno

      A obra apresenta a perspectiva da mãe. No entanto, faz isso sem tornar o sofrimento materno excludente aos desafios e experiências dos filhos. Aqui, não há uma queda de braço entre quem sofre mais. Há muita dor, mas pouco espaço para lamentações. O que a protagonista Antonella busca é tornar a filha uma pessoa feliz e que possa contribuir positivamente à sociedade. Porém, isso não apaga a sobrecarga por vezes cruel que paira sobre os cuidadores.

      Em vários momentos, ser autista me ajudou a entender comportamentos de minha filha. Porém, quando a interação envolve sentimentos e emoções, é horrível ter uma crise e ser um gatilho que leva a filha a ter uma crise também. Depois da crise a gente se sente envergonhada, com o desejo de ter agido melhor naquele momento. O que é inevitável, mesmo no maternar“, ponderou a jornalista e escritora Selma Sueli Silva, que é uma das autoras do livro.

      A beleza agridoce da esperança

        A maternidade, aliás, é o ponto-chave para as noções de esperança e de desesperança que pairam sobre a obra. Será possível conquistar um final feliz em meio a tanta infelicidade, abandono, dificuldades financeiras e desamparo profissional? Uma resenha da Amazon descreveu: “É uma história que se torna bonita de um jeito estranho, já que é marcada por situações extremamente tristes. Ao mesmo tempo, ao terminar o livro a sensação que fica é de que o pior já passou, tem uma mensagem de esperança.

        A mãe já parece nascer com culpa. Já na adolescência, é comum que ao filho culpe a mãe por vários problemas. O acúmulo de sentimentos que nasce daí podem gerar depressão, ideias suicidas e isolamento, dentre outras questões. Mas, sempre há esperança. Porém, depende de cada um encontrá-la. O que aprendi nessa caminhada é que lamentação apaga boa sorte e te leva ao vitimismo. Quando você sente pena de si, é dificil encontrar solução para qualquer que seja o desafio. Nessa situação, a tendência é você ficar impotente e não sair do lugar. Isso te paralisa. Portanto, a esperança requer coragem e que a gente jogue luz nas potencialidades e não em aspectos limitantes“, comenta Selma Sueli Silva.

        A narração próxima aos leitores

          As críticas sobre o livro aclamaram a narração que segue a protagonista Antonella. ”A escrita é como uma conversa, o que contribui para a aproximação do leitor com as duas personagens centrais. Uma história de família que relata uma imensa solidão de mãe e filha diante de problemas que precisaram dar conta de resolver“, observa uma resenha na Amazon.

          Outro leitor escreveu: “Excelente livro para reflexão sobre a força da relação entre mãe e filha. A voz de Antonella é tão honesta que parece um relato de uma pessoa conhecida na sala de casa. As dores e ao mesmo tempo a esperança da mãe de que momentos melhores ainda aconteceriam para ela e para Laura, são comoventes”.

          A complexidade das personagens

            “Nem Tudo é o que Parece!” é protagonizado por duas mulheres que representam a persona das autoras, mas conta a história de muita gente além delas. Em uma live sobre o livro, o estudante de Rádio e TV Wesley destacou o modo como o livro provoca afetos múltiplos pelas personagens e nos leva a torcer pelo destino das personagens, a desejar que elas se cuidem e a procurar entender o que elas mesmas não estão percebendo

            Dessa forma, a obra compartilha as estratégias e experiências que foram úteis à jornada vitoriosa de inclusão social de uma mãe autista e TDAH e sua filha que, além de manifestar as mesmas condições, já experienciou a incongruência de gênero e o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline (TPB). Para o vencedor do Jabuti Leo Cunha, “ao leitor cabe menos tentar adivinhar o quanto há, no texto, de memória e de invenção, e mais testemunhar, com curiosidade e espanto, as luzes e sombras que o livro sugere.”

            O caráter universal da solidão

              Além disso, a solidão foi um tema muito destacado nas análises de “Nem Tudo é o que Parece!”. Este sentimento, que está no centro da narrativa, aproxima o livro de todos os leitores, por se tratar de algo comum à experiência de todos os seres humanos.

              O doutor em Literatura e professor da UfPel Gustavo Ruckert comentou que: “Selma e Sophia possuem expertise profissional e vivência pessoal quando se trata de autismo, identidade de gênero ou maternidade atípica. Na nova obra ficcional escrita em conjunto por mãe e filha, temos contato com Antonella e Laura, personagens que enfatizam duas gerações diferentes de mulheres autistas e seus dilemas no mundo contemporâneo. Uma leitura recomendada para todas as pessoas que buscam refletir sobre os diferentes modos de ser e estar no mundo.”

              ** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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              CHESTER DA SILVA RODRIGUES
              CHESTER DA SILVA RODRIGUES
              2 meses atrás

              Sempre que lembro, venho neste espaço por indicações de livros. Então encontro este Nem tudo é o que parece. Vou comprar para ler. Creio que vou gostar. Valeu.

              martha Aulete hisrsch
              martha Aulete hisrsch
              1 mês atrás

              E a educação atual (2024) do país todo [Brasil] está em baixo nível. O PT é incompetente. Além de ter um gosto ɓ@ř@ñǧ0: na cultura, na “””arte””” (pseudo) e, sobretudo, nos projetos teóricos para educação — elaborados pelo partidinho.
              Ao estilo de Ģł0ɓ0Ļ¡x̌0: ou seja Ƅř€ǧ@. . Sobretudo em relação ao conceito do que seja arte, cultura e a educação geral e a verdade .