“Halloween – A Noite do Terror” (1978) é uma aula do cineasta John Carpenter sobre como desenvolver uma atmosfera de pavor sem apelar para recursos óbvios. Afinal, o diretor amplia, na tela, toda a sensação de medo que o espectador pode sentir. E não à toa, a obra tornou-se um clássico referência em seu gênero.
A História de MIchael Myers em Halloween – A Noite do Terror
Aliás, o roteiro, co-escrito pelo próprio Carpenter ao lado de Debra Hill, conta história de Michael Myers (Tony Moran), que é um psicopata que vive em uma instituição há 15 anos, desde quando matou sua própria irmã. Porém, ele consegue fugir de seu cativeiro e retorna à sua cidade natal para continuar seus crimes na localidade que, aterrorizada, ainda se lembra dele.
Então, um ponto que chama muita atenção neste filme é algo que costuma ser subestimado no cinema: a mixagem de som. Mas aqui, ela representa um esforço bem-sucedido ao trabalhar com maestria os ruídos, respirações, gritos, diálogos e a aterrorizante trilha sonora instrumental. Esta, inclusive, tem um papel fundamental para estabelecer a tensão da presença do assassino, assim como os movimento de câmera sob a perspectiva dele. Outro destaque vai para a iluminação, a qual compõe bem com a atmosfera de suspense presente durante todo o filme. E recebe o auxílio de um trabalho de fotografia que sempre usa o vermelho representando o perigo.
Laurie Strode e Michael Myers em Halloween – A Noite do Terror
Inclusive,Jamie Lee Curtis ganhou o apelido de scream queen (ou “rainha do grito”) após protagonizar este filme, no papel de Laurie Strode. Portanto, ela está realmente muito bem como atriz dramática que fortalece o suspense. Enquanto isso, a presença das crianças, como Kyle Richards, ao mesmo tempo que causa apreensão por elas, serve para suavizar um pouco o filme. E ainda, “Halloween – A Noite do Terror” tem a vantagem, não compartilhada por muitas obras contemporâneas pertencentes ao mesmo estilo, de ter envelhecido muito bem.
Avaliação
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Autora da Crítica
Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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