Arte e entretenimento

Crítica: A Cor Púrpura (1985)

“A Cor Púrpura” (1985) é um drama caloroso que aborda com sensibilidade e vigor temas delicados referentes às experiências de mulheres negras nos Estados Unidos. Dessa forma, Steven Spielberg converte uma história sobre dor e sofrimento em uma emocionante narrativa acerca do triunfo perante a situações adversas e complicadas. Ou seja, o que há de fascinante na condução do cineasta é que a narrativa não cede ao melodrama de direcionar o viés para as mazelas da protagonista. Afinal, o foco deste longa-metragem está no percurso da vitória dela. Assim, a produção revela-se ao mesmo tempo dura e revigorante.

O que retrata o filme A Cor Púrpura?

Este filme se passa em uma pequena cidade da Geórgia, em 1909. Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos é violentada pelo pai. E, assim, se torna mãe de duas crianças. Então, além de perder a capacidade de procriar, ela se vê separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, a irmã dela. Ela é doada a “Mister” (Danny Glover), que a trata ao mesmo tempo como escrava e companheira. Porém, ele alimenta uma forte paixão pela cantora Shug Avery (Margaret Avery).

Celie fica muito solitária. Ela compartilha a tristeza em cartas, que é a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem. Essas correspondências vem primeiramente como espiritualidade. Depois tornam-se conversas com a irmã Nettie (Akosua Busia). Porém, quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na vida dela, Celie revela ganha consciência do próprio valor. E, com isso, aprende sobre as possibilidades que o mundo oferece.

Quem é Sofia em A Cor Púrpura?

Assim, no centro da narrativa, está a interpretação perfeita de Whoopi Goldberg. É que a atriz consegue a proeza de revelar o vasto universo interior de uma mulher que praticamente não tem permissão para sonhar ou interagir. Além disso, o elenco de coadjuvantes é incrível. Por exemplo, Danny Glover cria um vilão cuja maldade é moldada pela própria ignorância. Ou seja, ele transita entre momentos simpáticos e violentos sem compreender a própria crueldade. Também, a interpretação de Oprah Winfrey como Sofia merece destaque. Isso porque a apresentadora e atriz é hábil no desenvolvimento de uma mulher forte mas sofrida. Dessa forma, ela cria um contraponto à protagonista. Outra interpretação fascinante é a de Margaret Avery como uma mulher desiludida que aprende a conectar-se com a própria gentileza.

Autora

Sophia Mendonça é uma jornalista, escritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

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