A música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? - O Mundo Autista
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A música Firework, de Katy Perry, é um hino budista?

Você sabia que a música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? Confira a crítica de Sophia Mendonça, que associa a canção à Soka Gakkai.

Você sabia que a música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? Confira a crítica de Sophia Mendonça, que associa a canção à Soka Gakkai.

Você sabia que a música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? Confira a crítica de Sophia Mendonça, que associa a canção à Soka Gakkai.

Você sabia que a música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? Essa é uma das interpretações possíveis para a canção que vendeu mais de um milhão de cópias. Com isso, recebeu a certificação de doze vezes platina pela Recordy Industry Association of America (RIAA).

A música integra o famoso álbum Teenage Dream (2010), de Perry. Este foi, aliás, um dos únicos dois álbuns na história a contar com cinco singles (incluindo Firework) no primeiro lugar dos mais ouvidos da Billboard. O outro foi Thriller, de Michael Jackson. Além disso, Firework ganhou o prêmio da MTV de Melhor Clipe do Ano.

Significado da música Firework, de Katy Perry

A música é um hino de transformação e celebração da individualidade. A letra fala diretamente àqueles que se sentem deslocados, inseguros ou desvalorizados. Portanto, os incentiva a reconhecer e liberar o potencial que possuem dentro de si. Assim, Firework evoca noções de fragilidade e a sensação de estar perdido na vida. Porém, ela rapidamente troca de tom.

Isso porque Perry, com seus vocais contagiantes, canta que há uma faísca dentro de cada um de nós, que pode ser acesa e imediatamente transformar a insegurança em brilhantismo, coragem e sabedoria. Este é o princípio da iluminação de ‘atingir a iluminação na presente forma’ propagado pelo Budismo da Soka Gakkai, que Perry pratica junto ao marido Orlando Bloom. 

Katy Perry, Orlando Bloom e o Budismo da Soka Gakkai

Quando Katy ainda estava grávida eu cantava um mantra budista que conheço. Então quando entro no quarto, ela ouve a minha voz e fica mais tranquila. Eu canto bem perto da orelha dela e ela gosta disso”, observa Orlando Bloom. Além disso, Katy Perry também já mostrou a influência do Budismo para lidar com os altos e baixos da carreira, como o lançamento de Smile (2020). Este quinto álbum da autora foi massacrado pela crítica, com definições como “frustrante” e “ultrapassado”.

Em meio a uma depressão na época, Katy afirmou: “Música é o meu primeiro amor e acho que foi o universo dizendo: ‘você fala toda essa linguagem sobre autoamor e autenticidade, mas vamos fazer um teste: tirar todo o tipo de validação dos outros e ver o quanto você realmente ama a si”, contou a cantora à Vogue Itália. Em 2024, Katy Perry lançou uma Nova Era com o álbum 143, que marcou uma das ‘voltas por cima’ mais inusitadas da música. Isso porque, embora as músicas tenham recebido críticas negativas e pouco sucesso nas paradas, Katy ganhou prêmios como o Vanguard Music Awards e prepara a turnê The Lifetimes Tour para 2025, que já é um sucesso comercial. Afinal, os ingressos se esgotaram rapidamente em vários países.

Firework, de Katy Perry, é um hino budista

O primeiro verso de Firework menciona a sensação de que você não está no controle de sua vida e de estar sobrecarregado. Mas, então, introduz a esperança e a semente do Estado de Buda interior (“Você sabia que ainda há uma chance para você? Porque há uma centelha em você?”). E aí, menciona: “Você só precisa acender a luz e deixá-la brilhar”. Isso representa o despertar de sua natureza búdica ao recitar o mantra budista Nam-myoho-renge-kyo.

Daí, o refrão apresenta que você é um Buda e tem o potencial de mudar a sociedade (“Porque, baby, você é um fogo de artifício.   Vamos lá, mostre a eles o que você vale.”). O segundo verso continua reconhecendo que cada um de nós é valioso para a sociedade (“Você não precisa se sentir um desperdício de espaço” ) e é digno de respeito ( “Você é original, não pode ser substituído” ).  

O Budismo da Soka Gakkai na música Firework, de Katy Perry

Depois disso, Katy Perry cita o tema da carta budista, o Gosho, em que o Buda Nichiren Daishonin diz que “o inverno nunca falha em se tornar primavera”. Isso fica evidente no trecho: “Se você soubesse o que o futuro reserva. Depois de um furacão, vem um arco-íris”. Então, a cantora menciona que a razão do sofrimento é revelar um novo caminho para a vitória: “Talvez sua razão pela qual todas as portas estão fechadas seja para que você possa abrir uma que o leve à estrada perfeita”. Este é o princípio de “transformar o veneno em remédio”, um dos eixos do Budismo da Soka Gakkai,

Por fim, ela canta “Ainda mais brilhante que a lua, lua, lua. Ela sempre esteve dentro de você, você, você. E agora é hora de deixá-la passar”. Isso  nos lembra novamente do potencial de todos para atingir o Estado de Buda desde o nascimento e que agora é a hora de despertar essa essência e deixá-la brilhar. No Budismo da Soka Gakkai, Buda não é um ser transcendente, mas um estado de vida que pode ser alcançado por cada um de nós.

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Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber dos canais “Mundo Autista” e “Filmes Para Sempre“, crítica de cinema no “Portal UAI” e no “Letterboxd” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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