Sophia Mendonça comenta o clássico dos anos 1980 Os Fantasmas se Divertem, que evidencia o talento de Tim Burton para o humor nosense.
Os Fantasmas se Divertem (1988) é um clássico extravagante dos anos 1980. Essa originalidade que perpassa o filme vem desde o argumento curioso até os objetos e adereços que parecem ganhar vida própria. E, claro, muito do mérito vem da colaboração inusitada e repleta de energia entre Tim Burton e Michael Keaton.
Com isso, a obra revela-se uma fábula gótica e irreverente sobre temas como o luto e a unicidade entre a vida e a morte. Esta foi, sem dúvida, uma maneira deliciosamente inovadora e divertida de trabalhar temas como esses.
Qual é a sinopse do filme Os Fantasmas se Divertem?
Após morrerem quando o carro deles cai em um rio, Barbara Maitland (Geena Davis) e Adam Maitland (Alec Baldwin) se vêem como fantasmas. Então, eles não podem sair da sua casa de campo na Nova Inglaterra. Afinal, antes que possam ganhar suas asas têm que ocupar a casa como fantasmas pelos próximos cinqüenta anos.
A paz se rompe quando Charles (Jeffrey Jones) e Delia Deitz (Catherine O’Hara), um casal de novos-ricos, compra a casa. Mas os Maitland são inofensivos como fantasmas e os esforços para espantar os compradores acaba em fracasso. E se o casal não fica apavavorado, Lydia Deitz (Winona Ryder), a excêntrica e dark filha deles, pode ver e falar com Barbara e Adam, que contratam os serviços de um Beetlejuice (Michael Keaton), um “bio-exorcista”, para apavorar os moradores, apesar de sentirem simpatia por Lydia. Mas logo a situação foge do controle.
Resenha do filme Os Fantasmas se DIvertem
Trata-se de um filme encantador tanto pelas interpretações espontâneas de todo o elenco quanto pela direção charmosa de Tim Burton. O cineasta, aliás, mostra uma vocação impressionante para o humor nonsense. Nesse sentido, o longa-metragem ganha muito vigor quando Michael Keaton está em cena. Com um desempenho travesso, o ator confere caos e desordem à comédia de humor macabro.
Essas mesmas características são perceptíveis nos cenários e efeitos criativamente artesanais. Tudo isso fortalece os caminhos inusitados e estranhos que a narrativa vai percorrendo. Nesse meio tempo, Burton destila sua crítica a temas como o consumo e a arrogância. Além disso, há um quê de desenho animado surrealista que dita o tom da obra
Avaliação
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Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.