Resenha: O Diabo Ataca em Wimbledon, de Lauren Weisberger - O Mundo Autista
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Resenha: O Diabo Ataca em Wimbledon, de Lauren Weisberger

Autora de O Diabo Veste Prada retorna com outro chefe em O Diabo Ataca em Wimbledon, que foca em ser mulher com poder e ambição no esporte.

Autora de O Diabo Veste Prada retorna com outro chefe em O Diabo Ataca em Wimbledon, que foca em ser mulher com poder e ambição no esporte.

Autora de O Diabo Veste Prada retorna com outro chefe em O Diabo Ataca em Wimbledon, que foca em ser mulher com poder e ambição no esporte.

O Diabo Ataca em Wimbledon é um romance de 2016 da escritora Lauren Weisberger. Ela é a criadora de uma das vilãs mais conhecidas da literatura moderna. Afinal, a escritora idealizou a editora-chefe da revista Runway, Miranda Priestly. Essa personagem fez tanto sucesso que teve a frieza transportada para os cinemas na interpretação inspirada de Meryl Streep.

Autora de O Diabo Veste Prada retorna com outro chefe odioso em livro

Já em O Diabo Ataca em Wimbledon, Lauren Weisberger retorna com outro chefe odioso, em uma história sobre o mundo glamouroso e cruel do tênis competitivo. Assim, a autora nos apresenta a Todd Felter, que é um extraordinário e asqueroso treinador de tênis. Ele é alguém que não se importa em verbalizar pensamentos que podem magoar alguém, e torna-se responsável por administrar a carreira de uma competente tenista.

O foco de O Diabo Ataca em Wimbledon é a reflexão sobre como é ser uma celebridade feminina no mundo dos esportes. Afinal, trata-se de um ambiente culturalmente percebido como masculino, que aqui é capaz de seduzir e amedrontar. E assim como acontecia em O Diabo Veste Prada, Lauren Weisberger é amarga na leitura das relações de poder no universo profissional.

O Diabo Ataca em Wimbledon observa ambiguidades de ser mulher com poder e ambição nos esportes

Assim, o diferencial de O Diabo Ataca em Wimbledon está na maneira como a autora observa as ambiguidades de ser uma mulher com poder e ambição neste cenário. Afinal, diferente do que ocorre os melhores jogadores do sexo masculino, as jogadoras tem poucas possibilidades de conciliar os treinos com a vida pessoal. Isso inclui romance e família. Além disso, a pressão sobre como se vestir e se comportar é maior com as mulheres. Tudo isso traz mais impacto às jogadoras, o que reverbera mesmo fora dos momentos de jogo.

Outro ponto interessante são os modos encontrados por Lauren Weisberger para nos levar a torcer para que a protagonista tome as melhores decisões. Isso porque Charlie cativa pela coragem e determinação, mas há uma grande possibilidade de incômodo com as leituras que ela faz das situações e acabam levando a garota para caminhos tortuosos. Assim, a escritora não teme que a tenista se torne uma figura antipática em alguns momentos da obra. Mas, isso ocorre de um jeito em que é possível compreender a jornada de alguém desconfortável com as escolhas que tomou para concretizar um sonho. Essa humanidade favorece a emoção da narrativa e a torcida para que Charlie saiba tomar decisões sensatas.

Por fim, a parte romântica é agradável. Mas, como costuma acontecer nas obras de Weisberger, ela é um complemento à história principal. Afinal, a escritora tem um olhar muito mais profundo para outro tipo de relacionamento. Ou seja, ela direciona o foco para as interações no ambiente profissional. Além disso, a autora redige os jogos de tênis de uma maneira acessível e envolvente até para quem não se interessa pelo esporte.

Avaliação

Avaliação: 4 de 5.

Autora da Resenha

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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