Arte e entretenimento

Crítica: Encontros e Desencontros (2003)

Encontros e Desencontros traz Sofia Coppola em sua melhor forma, o que quer dizer muito. Assim, este romance consegue extrair reflexões sobre o cotidiano com graciosidade e profundidade superlativas. Tudo isso com base na ótica da artista de quem cresceu em um cenário de astros e estrelas em Hollywood. Porém, sem perder de vista o que este universo carrega que é comum a qualquer outro contexto que envolve pessoas.

Encontros e Desencontros é a grandiosidade da vida real

O filme mostra a grandiosidade de emoções que compõem cada momento da experiência humana. Mas aqui, isso ocorre de maneira sutil e até corriqueira. Dessa forma, acompanhamos o casal de protagonistas e nos envolvemos visceralmente por aquelas pessoas. Isso porque, em meio aos cenários glamourosos, o que vemos são recortes de dramas atemporais e universais, que lidamos de uma maneira ou outra conforme características como idade ou personalidade. Então, há uma grandeza na simplicidade. Não é à toa que este longa-metragem tornou Sofia a terceira mulher a concorrer ao Oscar de Melhor Direção. Além disso, ela faturou o prêmio na categoria de roteiro original.

A parceria entre Sofia Coppola e o ator Bill Murray garante uma interpretação primorosa que atua não apenas como a âncora da narrativa, como transforma o filme em uma experiência absolutamente memorável. Isso porque ele confere um humor cínico ao protagonista, ao mesmo tempo em que passeia por nuances densas ocultas por uma embalagem simples. E por falar no aspecto cômico do filme, é maravilhoso perceber como Sofia Coppola trabalha o choque cultural sem preconceitos ou afetações. Assim como o drama, a comédia aqui vem da constatação das diferenças humanas. Também, a obra surpreende ao trazer uma das melhores comediantes do gênero besteirol das últimas gerações, Anna Faris (Todo Mundo em Pânico), em um papel irônico e divertido.

Obra-prima de Sofia Coppola mostra profundidade e graciosidade únicas

A cereja do bolo está nas belíssimas interações entre Bill Murray e Scarlett Johansson. Afinal, elas não dependem de artifícios cinematográficos para provocar empatia pelos personagens e podem até frustrar nossa expectativa de que algo novelesco ocorra. Em vez disso, acompanhamos a solidão e os dilemas de cada um deles, vemos os caminhos de ambos se cruzar e testemunhamos uma opção corajosa de Sofia Coppola ao preservar a intimidade do casal e devotar a fidelidade da história aos personagens. Assim, o romance acontece por meio de diálogos que nem sempre temos, ou devemos ter, acesso.

Avaliação

Avaliação: 5 de 5.

Trailer

Encontros e Desencontros é a grandiosidade da vida real. Obra-prima de Sofia Coppola mostra profundidade e graciosidade únicas.

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

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