Arte e entretenimento

Crítica: Ninguém Vai Te Salvar (2023)

“Ninguém Vai Te Salvar” (2023) é uma mistura de terror e ficção científica que não dá conta de suprir a própria ambição. Afinal, o diretor Brian Duffield parte de uma ideia ousada ao contar essa história de alienígenas por meio de uma narrativa praticamente sem diálogos. Assim, o maior mérito do longa-metragem é a coragem de tomar essa decisão arriscada. Com isso, o filme ganha um quê mais autoral. 

O problema é que, na prática, “Ninguém Vai Te Salvar” acaba revelando-se um exercício estético massante. Tudo bem, há um apuro estético na produção, principalmente no que diz respeito aos efeitos sonoros. Além disso, os momentos iniciais são especialmente bem dirigidos e interpretados. Porém, o desenrolar da história não se sustenta. Afinal, o filme carece de um contexto narrativo melhor delineado para amarrar as cenas. Com isso, ele vai perdendo o fôlego e mostra que talvez funcionasse apenas como um curta-metragem.

Ninguém Vai Te Salvar é filme de alienígenas sem diálogos

Brynn Adams (Katelyn Dever) é uma garota que vive isolada da sociedade, passando os dias na casa onde cresceu e lutando para controlar seu transtorno de ansiedade. Isso para, pouco a pouco, superar a morte da mãe e da melhor amiga. Porém, um dia, a solidão é abalada por intrusos extraterrestres que invadem o lar e a forçam a lidar com cada um dos traumas do seu passado.

Filme é corajoso, mas não dá conta de se desenvolver bem

Assim, “Ninguém Vai Te Salvar” aposta em um ciclo de situações repetitivas de captura, fuga e recaptura. Então, o desenvolvimento dos personagens e do luto, um conceito que poderia humanizar a trama, fica cada vez mais difícil desenvolver empatia e interesse pelo que se vê na tela.  Dessa forma, a produção aposta todas as fichas na interpretação de Katelyn Dever para conferir sentido à narrativa. Mas, mesmo com a boa atuação, o filme carece de um elo ou propósito claro. Esse vazio alia-se ao ritmo lento e o resultado é uma experiência que começa promissora, mas se torna insuportável.

Avaliação

Avaliação: 2 de 5.
Sophia Mendonça

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

Mundo Autista

Ver Comentários

    • Ei, Evandro. Que bom que vc gostou da avaliação. Essa opinião não é uma unanimidade entre os amigos críticos, mas de fato, para mim o filme não é bom. Abraço

  • O filme é bom, diferente e criativo. Para quem gosta de clichês repetitivos, não vai gostar mesmo. Infelizmente, as opiniões divergem.

  • Mais um exemplo do “novo terror alienígena”, que, assim como “Não, não olhe” e “Sob a pele”, deixa o espectador sem entender o porque de uma produtora de cinema investir(?) milhões de dólares nessas produções. Inexplicável.

  • Concordo. O filme começou muito empolgante e de fato assustador. Lembrei muito do filme Sinais. Mais quando o aparição dos ETs. Começa a ficar mais frequente , aquele medo e susto vão embora. Afinal CGI dos ETs Está muito ruim. No Filme Sinais por exemplo, vimos o ETs quase no final do filme.
    Mais a performance da protagonista, perfeito. Som do filme muito bom. Desenrolar da história já não tão boa.

  • Eu pensei que a atriz principal é uma assassina só que no desenrolar da história pelo fato de ele ter problemas ela ficou presa em sua mente. E pelo amor de Deus ET ARANHA foi péssimo essa ideia. E depois um et mini aranha

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