Arte e entretenimento

Crítica: Mansão Mal-Assombrada (2023)

Mansão Mal-Assombrada (2023) é mais uma tentativa de adaptar à vivência cinematográfica a experiência sensorial de um dos brinquedos mais emblemáticos do parque temático da Disney. Assim, a obra tem lançamento vinte anos depois da nostálgica produção com Eddie Murphy, que apesar de não ser um grande filme tinha algumas boas sacadas. Uma delas era tratar com sutileza a questão racial em um filme familiar, que mesclava terror e comédia.

Então, duas décadas depois parece ser o momento perfeito para se aprofundar nesse debate que no original aparecia veladamente. Porém, essa nova versão acaba revelando-se um múltiplo fracasso. E assim, perde a oportunidade de se tornar um clássico para o Halloween infanto-juvenil. Isso ocorre principalmente pelo humor rasteiro e pela total falta de uma atmosfera com potencial de amedrontar ou envolver. Para piorar, o elenco estrelado encontra-se completamente desperdiçado.

Novo Mansão Mal-Assombrada (2023) é rasteiro e sem-graça

Esta nova variação cinematográfica de Mansão Mal-Assombrada é sobre uma mulher e o filho dela que reúnem uma equipe heterogênea de pretensos especialistas espirituais para ajudar a livrar a casa onde moram de invasores sobrenaturais. Ou seja, Gabbie (Rosario Dawson) é uma mãe solteira que se muda com seu filho de nove anos para uma mansão em Nova Orleans que eles compraram por um preço surpreendentemente baixo. Isso porque querem começar uma nova vida ali.

Só que a dupla logo percebe que têm fantasmas assombrando a casa. Então, Gabbie pede a ajuda do padre local Kent (Owen Wilson). Por sua vez, ele traz uma cientista viúva e uma vidente malsucedida (LaKeith Stanfield), uma médium do bairro francês (Tiffany Haddish) e um historiador obstinado (Danny DeVito). Juntos, eles querem livrar a casa dos espíritos malignos.

Filme carece da ambição de ir além da simulação de um brinquedo

Mansão Mal-Assombrada (2023) tem muitos problemas graves, a começar pelo roteiro que simplesmente não tem onde se sustentar. Ou seja, embora a sugestão de luto pudesse gerar uma trama interessante, o filme é simplista do enredo até os diálogos. Então, a obra tenta se apoiar em sequências que buscam simular a experiência do parque temático. O que acaba revelando-se outro revés, porque o formato cinematográfico requer diferentes estratégias para a imersão das plateias. Com isso, falta aqui a ambição de criar algo a mais do que uma emulação de quem vai ao brinquedo.

Avaliação

Avaliação: 1 de 5.

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

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