Quem são os educadores? - O Mundo Autista
O Mundo Autista

Quem são os educadores?

Selma Sueli Silva

Quem educa?

Guimarães Rosa, escritor conhecidíssimo aqui das nossas lindas Minas Gerais, diz que mestre é aquele que, de repente, aprende. E é isso mesmo: todos, em um relacionamento social, somos aprendizes e, ao mesmo tempo, educadores. Porque a nossa palavra orienta, os nossos exemplos arrastam. Tanto que vários psicólogos pedem para as mães terem cuidado porque os filhos copiam o comportamento. Então, não adianta a mãe falar: “você tem que comer bem!”, se a própria mãe não come bem. “Você tem que comer fruta!”, se naquela família não se tem o costume de comer frutas, ou de comer legumes. Então, a gente tem que criar isso vivenciando, experimentando, agindo. Nesse sentido, somos todos educadores e aí entra a grande responsabilidade da família, a grande responsabilidade dos pais, da babá, daqueles que ficam mais perto das crianças e perto também dos jovens. Porque os jovens estão no papel deles de questionar, de se rebelar, de ousar e testar limites.

É porque é isso que vai definir o ser humano, o adulto que ele vai ser. Se ele não fizer isso tudo na adolescência, que é a fase da vida para a gente testar esse tipo de coisa, a gente vai acabar tendo aquele adulto que, se for chefe da gente, vai ser um saco, né? Porque vai ser aquele adulto inseguro, ou vai ser aquele adulto intransigente. A personalidade das pessoas, para que as pessoas sejam um valor humano para a sociedade, tem que ter o tempo todo, investimento em educação. E o que é educação? Educação é o que a gente, evidentemente, recebe na escola. Mas, educação também é toda essa nossa vida do lado de cá, fora da escola. É muito importante você ter consciência do ambiente da sua casa, do ambiente profissional, porque não dá para cobrar que uma criança seja educada só na escola. A escola vai ter uma preocupação maior com o conteúdo, com o transformar essas informações, esses princípios, valores que vêm de casa para que esse “serzinho” ou esse adolescente saiba viver em sociedade.

Há tantas mães que, às vezes, falam: “Mas eu não sou educadora”. Não, gente. Todos nós somos educadores e temos responsabilidade de deixar bons ou maus exemplos. Por isso é que as pessoas públicas são tão cobradas. Aí, vira e mexe um cantor que foi pego bebendo, ou que é pego em uma situação não muito legal, fala assim: “Mas eu sou gente”. Tudo bem. Mas, a responsabilidade da figura pública é muito maior. E, quando essa figura pública tem um problema, é interessante que ela venha e diga à sociedade. Como, por exemplo, o ator que se envolve com drogas, com tráfico, aquela coisa toda, mas que seja dependente. É bem melhor vir a público e falar assim: “Olha, eu estou tentando me livrar do vício, mas eu sou dependente”. Por quê? Porque se ele aparecer de outra forma, ele é uma figura pública e pode passar um exemplo não legal. Então, é melhor que a gente, por vezes, assuma as nossas fragilidades. Por vezes, não: pensando bem, é bom que a gente esteja preparada para assumir as nossas fragilidades e que tenha sempre o objetivo de ser, a cada dia, melhor do que foi ontem.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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