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Ninguém se torna autista

Em “Ninguém se torna autista”, o pesquisador James Thiago Cross relembra que, na infância, o autismo era como o “elefante na sala”.

Em "Ninguém se torna autista", o pesquisador James Thiago Cross relembra que, na infância, o autismo era como o "elefante na sala".

Em "Ninguém se torna autista", o pesquisador James Thiago Cross relembra que, na infância, o autismo era como o "elefante na sala".

Ninguém se torna autista a partir de algum evento ou trauma da vida. Afinal, o autismo sempre esteve lá. Então, olhando para trás, sempre esteve presente na minha vida. Acontece que ele era como o elefante na sala. Ou seja, a gente não falava sobre esse elefante. Isso porque a gente achava que fosse apenas uma decoração.

Ninguém se torna autista: o autismo era como o elefante na sala

Então, eu e minha família achávamos que minhas características autistas apenas faziam parte da minha personalidade. Ou seja, eu apenas era uma criança muito mimada, chorona, cheia de tiques motores e verbais. Hoje em dia, eu vejo que se eu já tivesse o diagnóstico naquela época, muita coisa poderia ter sido diferente. Ou não. 

Eu fico até me perguntando e conversando com a minha mãe: se a gente já soubesse do meu diagnóstico desde aquela época, o que teria sido diferente e o que não teria sido? A gente não sabe se hoje, em dia, eu estaria onde eu estou, já formado, já com duas faculdades, já muito viajado. Ou se a minha família teria superprotegido-me e, com isso, impedido meus avanços por preocupação. 

Família e escola

Afinal, é difícil administrar as doses de cuidado na condição de pai e mãe. Mas, a minha família sempre foi maravilhosa. Minha mãe e meu pai sempre me deram muito apoio. Assim, sempre me incentivaram a estudar e a ler. Além disso, minha mãe sempre me defendia de tudo Até no colégio mesmo, quando tinha algum tipo de problema de bullying de colegas. Ou até mesmo atitudes inadequadas de professores.

Por isso, a minha mãe vivia na escola. Lá, ela fazia de tudo para me defender. Esse é o tipo de coisa que é super comum em mães de autistas. Afinal, elas gostam de defender os filhos. Isso não ocorre apenas por gostar, como também é super necessário. Afinal, os autistas têm dificuldades para interpretar as intenções, assim como as atitudes das pessoas. Por isso, a gente é muito vítima de bullying e maldade. Então, agradeço muito à família que me deu a base para eu estar onde estou hoje.

Vídeo

Em “Ninguém se torna autista”, o pesquisador James Cross relembra que, na infância, o autismo era como o “elefante na sala”.

Autor do Artigo

James Thiago Cruz é Pesquisador e bacharel em Relações Internacionais e Biologia. Também é mestre em Desenvolvimento Sustentável. Além disso, é membro das Comissões da Pessoa com Deficiência da OAB/PA e da ONU.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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