Um desabafo sobre autismo e profissionais - O Mundo Autista
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Um desabafo sobre autismo e profissionais

Um desabafo sobre autismo e profissionais de saúde. Foi no meio autista que conheci algumas das pessoas mais capacitistas.

Um desabafo sobre autismo e profissionais de saúde. Foi no meio autista que conheci algumas das pessoas mais capacitistas.

Um desabafo sobre autismo e profissionais de saúde. Foi no meio autista que conheci algumas das pessoas mais capacitistas.

Hoje quero fazer um desabafo sobre autismo e profissionais. Muitos familiares de autistas, quando recebem o diagnóstico dos filhos, vão atrás de profissionais da saúde que acreditam serem capazes de ajudá-los a lidar com características mais desafiadoras da criança. Exemplos disso são as crises e as dificuldades de aprendizagem. Como eu queria, nesses momentos, poder mostrá-los que embora o caminho pareça esse, na prática não é bem simples assim. 

Claro que bons profissionais são importantes para auxiliar na saúde mental e em qualquer demanda que a pessoa, autista ou não, apresente. Porém, no caso específico do autismo, foi quando estive em contato com profissionais ‘do TEA’ que encontrei algumas das pessoas mais maldosas e crueis que eu já conheci. Pessoas muito mais capacitistas do que praticamente todo e qualquer professor ou colega que eu já tive. (Para ser sincera, há uma exceção).

Foi no meio autista que conheci algumas das pessoas mais capacitistas

Pessoas que, por exemplo, gostavam de escrever livros sobre o assunto, mas focaram em temas ainda pouco estudados. Não porque queriam esmiuçá-los, mas porque sabiam que, sem muito conhecimento sobre aquilo em específico, seria mais difícil questioná-los. (E que achavam natural falar isso).

Pessoas que debocham daqueles a  quem destina seu trabalho. Pessoas que tinham o poder de decidir e impor o que seria do tratamento da criança autista. Mas que, quando se deram com uma crise dela ou uma opinião discordante, não tinham a menor habilidade ou destreza para lidar com o autismo real.

Meu desabafo sobre autismo e profissionais de saúde

Ainda são muitos os casos profissionais medíocres que, por conta de alguma aliança profissional ou afiliação que os alçou à fama, têm egos enormes e consultórios lotados. Talvez este texto soe meio amargo, mas tudo o que eu estou colocando aqui é pouco perto do que eu presenciei. Contudo, o que realmente quero frisar é a importância da família, e da pessoa autista, saberem peneirar e selecionar os profissionais verdadeiramente bons.

Nós somos maiores que o nosso diagnóstico. O nosso potencial é maior do que o de um currículo inflado sem tanto cuidado com a qualidade. E é preciso lembrar: a fé cega leva ao fanatismo.

Uma última observação: Se você é profissional da área e não se encaixa no que escrevi aqui, pode ficar tranquilo, o texto não é para você.

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Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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