Meu amigo Max, o beija-flor. - O Mundo Autista
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Meu amigo Max, o beija-flor.

Mônica Cabanas

Oi gente como vocês estão? Mesmo que os tempos estejam totalmente diferentes e bastante complicados em muitos lugares, desejo que todos estejam bem. Estava pensando em algo interessante e ao mesmo tempo bonito para falar com vocês. Por isso, decidi contar, para vocês, a lenda dos Mayas sobre os beija-flores:

Conta uma lenda Maya que os Deuses criaram tudo que existe na terra com barro e milho e a cada animal designaram uma missão a cumprir. Ao terminar o trabalho, os Deuses observaram que faltava um animalzinho que se encarregasse de transportar os desejos e pensamentos de um lado ao outro. Como não havia mais barro nem milho, eles tomaram uma pedra de jade e esculpiram uma flecha e assopraram tão forte que a flecha saiu voando e se converteu em um multicolorido animalzinho, ao qual os Deuses denominaram Beija-Flor. Este lindo animalzinho chamou tanto a atenção dos homens que eles tentaram aprisioná-lo, mas os Deuses, ao ver o que acontecia, ficaram furiosos e sentenciaram que quem prendesse um beija-flor receberia um castigo. Portanto, os Mayas acreditam que os beija-flores são criaturas sagradas e mágicas e que transmitem aos seres humanos alegria, beleza e amor.

Bom eu não sei o que você pensa sobre estas maravilhosas aves, os beija-flores, porém eu conto para vocês, que eu sou totalmente, apaixonada por eles. Fico encantada ao vê-los voar ao redor das flores e alimentar-se com seu néctar, me impacta sua beleza e agilidade, mesmo sendo seres tão frágeis. Eles me transmitem energia, força, beleza todas as vezes que os vejo.

Na minha opinião, os beija-flores, que são os mensageiros de nossos desejos para o universo, são seres capazes de inspirar em nós, humanos, sentimentos e emoções que nos nutrem profundamente a alma e espírito. Na Cidade do México onde vivo, mesmo com seus 22 milhões de habitantes, existem muitos beija-flores e creio que isso é algo especial nesta megalópole, pois por nenhuma cidade onde vivi, encontrei tantos desses passarinhos tão lindos.

Como tenho a felicidade de encontrá-los por todas as partes da cidade, decidi construir uma pequena “plantação de beija-flores” ou “jardim de beija-flores”, que são os termos que se usa aqui, no México, quando você organiza um espaço com flores especiais, água e bebedouros para esses maravilhosos pássaros.

Minha lógica básica quando desenhei o jardim, na minha sacada, foi contribuir para que nesses espaços urbanos, esses pássaros tivessem essa pequena contribuição para sua tão necessária alimentação diária. Na minha plantação de “beija-flor”, após algumas semanas entre a semeadura e a colheita, eu passei a receber, diariamente, quatro colibris. Quando eu estou trabalhando, muitas vezes, me observo as maravilhosas aves visitando meu “jardim”. Após meses da construção desse espaço da natureza na minha casa, desenvolvi uma relação de confiança e respeito com os beija-flores que me presenteiam com sua tão amável visita.

Somos tão amigos que tomei a liberdade de dar nome a eles, claro que não a todos porque, afinal, desenvolver uma amizade requer paciência e confiança mútua. Minha amizade com Max, meu magnífico amigo beija-flor, que tem penas multicoloridas como se fosse um arco-íris com predominância da cor lilás e vermelha, foi sendo construída dia após dia ao longo de vários meses.

Quando estou observando os beija-flores na minha sacada e, entre eles está Max, como boa jornalista que sou, me atrevo a conversar com ele e perguntar por onde ele andou voando? Que tem feito nestas últimas horas? Enfim pergunto como vai a vida nesta gigante cidade onde vivemos. É claro que sempre fico nesta animada conversa da tranquilidade de minha sala porque se saio à sacada, todos saem voando. Sou obrigada a concordar com os pássaros que eles têm que ter cuidado com os humanos, porque muitas vezes não respondemos positivamente ou como deveríamos, às demonstrações de confiança que os animais nos dão.

Há alguns meses algo muito especial aconteceu: estava eu na sacada, observando o horizonte e do nada, diante de meus olhos, surgiu meu amigo Max. Senti tanta emoção em ver este maravilhoso pássaro, a poucos metros de mim, que uma onda de felicidade tomou conta de todo meu ser. Tive a sensação de que desta vez quem fazia as perguntas era Max: Como você está? Que tem feito aí, dentro do seu apartamento?

Após estes rápidos segundos de contato direto com meu maravilhoso amigo, o beija-flor Max, eu me senti a pessoa mais feliz do mundo e revivi uma experiência que passei na Costa Rica, ao alimentar os beija-flores em um santuário. Na realidade, eu nunca poderia imaginar que ao plantar meu “jardim de beija-flores”, o que eu colheria, na verdade, seria uma experiência única e amorosa dentro da minha própria casa. Foi tão inesquecível o que vivi, que quando estou cansada ou triste ou com a energia baixa, eu fecho meus olhos e minha memoria me leva para este dia onde interagi com meu amigo Max, o beija-flor, e desta forma volto a ser feliz novamente.

Namaste!

Monica Cabanas, terapeuta ericksoniana

Monica Cabanas e escritora, jornalista, terapeuta ericksoniana e investigadora de temas como: Alimentação emocional, os animais e sua importância em nossas vidas, a natureza como fonte de bem estar. Autora ou coautora de 8 livros, sendo o último infantil “As aventuras de Nico e Frida” (obra em quatro idiomas português, inglês, francês e espanhol). Possui 3 mestrados sendo 2 no Mexico (CEM e Universidad Autonoma de Mexico UNAM) e um na Espanha (Universidad de Alcala), um MBA na fundação Getúlio Vargas/DF, uma Especialização em Comunicação de Massa pela PUC/RS. É doutoranda em Desenvolvimento Integral pelo Centro Ericksoniano de Mexico (CEM). Atuou em mais de 33 anos em diferentes países e continentes, governos e organismos internacionais com o tema de Proteção Social.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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