“Meninas Malvadas” (2004) disseca a sociedade do ensino médio com muitos detalhes observadores. Desse modo, o roteiro de Tina Fey é um achado sociológico e humorístico. Aliás, a obra tem como base um livro de não-ficção e opta por desenvolver a comédia como uma ferramenta para o aprendizado. E o sucesso foi tamanho que a produção, disponível na Globoplay e na Amazon Prime Video, ganhou uma adaptação musical pela Paramount+.
Como está o elenco do filme Meninas Malvadas?
Este longa-metragem tem direção de Mark S. Warter. Inclusive, ele é o nome por trás de Sexta-Feira Muito Louca (2003), um filme adolescente quase tão genial quanto esse aqui. E mais uma vez, é surpreendente como ele trabalha um amontoado de clichês. Por exemplo, quando há mal-entendidos, eles são compreensíveis e não artifícios estranhos fabricados para a conveniência da trama.
Aliás, assim como no filme anterior do cineasta, Lindsay Lohan revela-se o pilar da narrativa. Ela, que tinha apenas 17 anos na época de filmagens, apresenta uma autoconfiança tranquila que a impede de ficar estridente e hiperativa como tantas estrelas adolescentes. Ou seja, é uma interpretação verossímil e que é acompanhada por várias outras ótimas atrizes, como Amanda Seyfried. Inclusive, Rachel McAdams é brilhante no papel de uma vilã tão desprezível quanto divertida, mas que também jamais perde de vista este tom humanizado.
Filme Meninas Malvadas é um achado sociológico e humorístico
Dessa forma, Meninas Malvadas satiriza com brilhantismo as figuras estereotipadas dos filmes adolescentes. Assim, revela-se profundo ao mesmo tempo em que aposta em diálogos inspirados e piadas visuais rápidas capazes de gerar fortes e genuínas gargalhadas. Aliás, o humor reforça uma crítica ácida ao consumismo e à alienação, mas sem cair em um possível maniqueísmo nesta abordagem.
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Autora
Sophia Mendonça é uma jornalista, escritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+
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