Sobre a família do idoso autista, eu acredito que a família é essencial para grande parte das pessoas. Afinal, somos seres relacionais. Com isso, a família costuma ser aquele porto seguro. Ou seja, são essas as pessoas que realmente vão dar suporte. Isso pode ocorrer mesmo se existe uma relação muito difícil. Portanto, tende a ser a família que traz a condição de sobrevivência.
Como seres relacionais, é muito difícil para cada um de nós sobreviver sozinho. Isso está dentro até da nossa genética. Portanto, diz como os nossos antepassados sobreviveram melhor. Ou seja, se eles reunissem grupos com divisão de trabalho. Então, mesmo se a gente tem relacionamentos difíceis dentro da família, a nossa tendência é tentar trazer algum tipo de cuidado para aquela pessoa.
Já para o idoso, que têm maior risco de fragilidade tanto física quanto emocional, a família tende a ser essencial. Tanto para suporte emocional quanto para suporte físico. A gente sabe que o isolamento social e a sensação de solidão estão estreitamente relacionados a episódios depressivos e ansiosos. Então, sem dúvida, a família é uma das melhores ferramentas que a gente tem para nossa sobrevivência como seres humanos.
Porém, em termos de a família poder atrapalhar, isso pode acontecer mesmo. Às vezes pode acontecer da família ser contrária a algum tipo de tratamento proposto. Também há conflitos familiares que podem levar a aumento de sofrimento psíquico naquela pessoa. Além disso, pode acontecer de a família não compreender os sintomas daquele indivíduo, Assim, ela acaba intensificando o sofrimento. Isso ocorre ao culpabilizar aquela pessoa de algum sintoma de que às vezes ela não tem culpa.
Ou seja, são inúmeras as intervenções negativas que podem acontecer de familiares. E claro, a gente também tem que considerar um maior risco de violência. Isso porque os idosos são extremamente sensíveis. Portanto, eles têm muito mais risco de sofrer violência e abusos. Isso pode ocorrer de maneira tanto verbal quanto física.
Dessa forma, cabe ao profissional de saúde ter a motivação de investigar como está sendo esse suporte para o idoso. Ou seja, se essa família está sendo suficientemente boa para dar os meios de sobrevivência. Portanto, se ela está fornecendo suportes tanto psíquicos quanto físicos para aquele indivíduo.
Giovana Mol é psiquiatra e psicogeriatra. Além disso, é terapeuta focada na compaixão. Tenho tem o mestrado em neurociência e é professora da Faculdade de Ciências Médicas para o curso de Medicina.
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