Mundo Autista
No dia do escritor, confira doze livros de autoria da família de premiados escritores mineiros.
Crônicas do Fim do Tempo (2004), de Roberto Mendonça
Considerado “o pé-de-coelho da crônica” por Roberto Drummond e o “mestre das crônicas” por Antônio Barreto, Mendonça, o pai, iniciou o legado da publicação literária no núcleo familiar. Lançado em 2004, “Crônicas do Fim do Tempo” apresenta seleção de trabalhos de Roberto Mendonça publicados em jornal impresso entre 1989 e 2003, numa mistura de lirismo com robustez analítica. O livro chegou a ganhar uma edição repaginada em 2013 e chamou a atenção de público e crítica pelo “compromisso com a palavra exata” e o “caráter universal, atemporal” da obra.
Urucuia (2013), de Roberto Mendonça
O prefácio do escritor Luis Giffoni afirma que “autor privilegiado, [Roberto Mendonça] enfeitiça-nos com seu texto, leva-nos a descobrir a grandeza do singelo”, enquanto o jornalista cultural Antônio Siúves aponta que “o cronicar de Roberto, ainda que referencie o pender de um Braga, traz em si o frescor de uma originalidade delicada e cortante”. Para Carlos Herfculano Lopes, “tudo pode dar crônica, desde que tenhamos olhos para captar o momento e coração para guardá-lo. Roberto Mendonça sabe disso tudo e muito mais.”
Macaco Marx (2015), de Roberto Mendonça
“Macaco Marx” oferece visão tanto lírica quanto sarcástica da trajetória humana, do big-bang à bangue e às viagens espaciais, sempre com elementos gráficos utilizados para cada poema. O caos metropolitano, uma competição e o amor estão entre os temas retratados por Roberto Mendonça. “É um livro simples, direto, que mostra, entre outras coisas, como os macacos são bem melhores do que nós. Também é um livro que imprime minha tristeza com um país cada vez mais inculto e competitivo, onde o consumidor parece mais importante que ser gente ”, define o autor.
Outro Olhar (2015), de Victor Mendonça
“Outro Olhar – Reflexões de um Autista” marca a estreia de Victor Mendonça, filho de Roberto, estreia como autor aos 18 anos e refaz o próprio caminho, que matiza com a crítica, para afirmar que os obstáculos podem ser superados e que o amor familiar e o afeto social são a panaceia para um mundo tão especial: o de todos nós. A primeira impressão da obra esgotou-se em dois dias. O livro “imprime a sinceridade, a sensibilidade e a constante preocupação com dicas preciosas sobre a experiência diária”.
Danielle, Asperger (2016), de Victor Mendonça
“Danielle, Asperger” foi escrito por Victor Mendonça aos 14 anos de idade. Num momento de crise, ele se desfez do texto original – que a mãe resolveu salvar, até que o filho mudasse de ideia. Danielle é uma autista diante dos problemas marcantes da adolescência. Entre uma crise e outra, ela vai superando, com bom humor e aguda ironia, os obstáculos cotidianos. A personagem idealizada e impressa por Victor Mendonça foi responsável por “reafirmar o talento do escritor ao bem compreender e traduzir o mundo dos jovens”.
Minha vida de trás pra Frente (2017), de Selma Sueli Silva
Diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), aos 53 anos, a jornalista e radialista Selma Sueli Silva refaz sua trajetória com base na descoberta, e percebe que os sinais do autismo sempre estiveram presentes. Neste livro de estreia, a comunicadora retrata as diversas faces de sua persona que constituem “uma mulher notável dentro e fora dos estúdios de produção radiofônica e audiovisual.” Assim como demais publicações da autora, o livro foi responsável para que muitos autistas adultos tivessem busca e acesso ao diagnóstico formal.
Dez Anos Depois (2018), de Victor Mendonça e Selma Sueli Silva
Em 2016, Selma foi diagnosticada como autista. O mesmo se deu com Victor, dez anos antes. “Dez Anos Depois” celebra o trabalho e a evolução; “mais que uma coletânea, é uma prova impressa da vivência de grandes desafios a partir da comunicação social”. Esta edição não se submete a cronologias, privilegiando especificidades temáticas que a elevem, além das fronteiras do autismo, ao encontro de todos os leitores e à análise dos doutores e especialistas.
Neurodivergentes (2019), de Victor Mendonça
O professor e jornalista Maurício Guilherme Silva Jr. registra que, nesta publicação jornalístico-acadêmica sobre o autismo na contemporaneidade, que “o leitor ‘ouvirá’ a voz de um dos mais lúcidos ativistas da atualidade. Além de grande estudioso das nuances do TEA, Victor Mendonça carrega, nas mãos e no peito, o signo da liberdade. Em seus escritos, reportagens, entrevistas, análises e poemas, bailam, orgulhosas e perenes, as chamas da ética, as rosas da humanidade, as incandescências do amor”.
O Menino Artista (2019), de Roberto Mendonça
O livro conta a história de um jovem autista que superou muitos obstáculos para alcançar o sucesso. A importância de estudar para compreender lições cotidianas, a ignorância e o preconceito são alguns dos temas “tratados com leveza, sensibilidade e doses de bom humor por Roberto Mendonça” neste livro. “É muito importante que um autor escreva para as crianças e os jovens”, registra o autor, que dedicou a obra ao filho.
Camaleônicos (2019), de Selma Sueli Silva
Ao abordar a vida de adultos autistas, o livro-reportagem é ao mesmo tempo o livro-reportagem mostra que, “diante da burocracia e de uma cruel indiferença, são muitos que desistem de lutar pela aceitação, privando a todos de seus dotes peculiares. ‘A sociedade aceita mais uma palavra escrita em papel com carimbo e a assinatura que o pedido honesto pelo respeito à diferença. Entender o autismo foi fácil. Mais difícil foi entender o que eles achavam que era o autismo’. Essas opiniões estão dentre as muitas que foram colhidas pela autora — repletas de emoção, de decepção e também da esperança de quem, tantas vezes, precisa se camuflar para viver.”
Entre Fadas e Bruxos (2019), de Victor Mendonça
A publicação infanto-juvenil “leva à reflexão sobre a importância da diversidade por meio de uma divertida fantasia, com espírito crítico e em sintonia com os problemas atuais”. A obra se passa em um reino dividido entre fadas e bruxos, marcado por conflitos, em que é importante manter a rainha das fadas e o grande rei bruxo unidos em uma aliança. Mas uma descoberta pode pôr fim à paz no Reino: Seria a líder das fadas também uma bruxa?
Ikeda: Um Século de Humanismo (2020), de Victor Mendonça
A jornalista e escritora Vera Golik registra que, “em seis capítulos muito bem estruturados e fundamentados, a narrativa nos leva a uma viagem pelo tempo, acompanhando a história do budismo de Nichiren Daishonin e de Daisaku Ikeda, destacando paralelos pertinentes com a produção dos maiores pensadores de todas as épocas. Por meio de linguagem clara e dinâmica, conduz a uma leitura fluida e instigante que provoca a reflexão e permite perceber toda a força, atualidade e abrangência do pensamento de Ikeda”.
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