“Todo Mundo em Pânico” (2000) é uma paródia agressiva aos filmes de terror. Dessa forma, os irmãos Wayans direcionam o foco ao já satírico e metalinguístico roteiro de “Pânico” (1996) para mergulhar em uma sucessão de humor nonsense e besteirol. Com isso, a obra tornou-se um clássico instantâneo das comédias. Além disso, ressuscitou esse tipo de paródia, que andava meio sumida desde os anos 1980.
Sátira besteirol dos anos 2000 é mais que uma paródia datada
Assim, o filme recria o clima de obras como “Eu Sei o que Vocês Fizeram de Verão Passado” (1997). Isso confere à obra um clima de seriedade quase assustadora. Então, essa atmosfera contrasta com o rídiculo que o filme se propõe a abraçar ao referenciar obras dos anos 1990.
Tudo isso se engrandece graças ao elenco muito bem entrosado e uma carga altíssima de piadas propositalmente toscas por minuto. Dessa forma, “Todo Mundo em Pânico” funciona como humor porque é muito criativo, envolvente e engraçado na maneira como constrói uma sátira pastelão.
A paixão pelo cinema em Todo Mundo em Pânico
Então, mais do que uma paródia datada, ele revela uma paixão pelo cinema na maneira como as situações e os personagens são desenvolvidos. Paixão essa que vem em tom crítico. Ou seja, cada lugar comum ou furo que serve de base para o longa-metragem é ridicularizado ao extremo. Assim, este revela-se o meu segundo filme favorito da franquia, ficando atrás apenas de “Todo Mundo em Pânico 3” (2003).
Avaliação
Autora da Crítica
Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.