Crítica: Superman (2025) - O Mundo Autista
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Crítica: Superman (2025)

Um Superman Humanista e Inspirador e Um Lex Luthor Brilhante e Complexo se destaca no novo Superman, de James Gunn.

Um Superman Humanista e Inspirador e Um Lex Luthor Brilhante e Complexo se destaca no novo Superman, de James Gunn.

Um Superman Humanista e Inspirador e Um Lex Luthor Brilhante e Complexo se destaca no novo Superman, de James Gunn.

O novo filme do Superman é uma surpresa agradável. Isso porque as primeiras impressões da base de fãs geraram o receio de que o longa seria excessivamente “panfletário”, com mensagens contemporâneas entregues de forma óbvia. O que poderia descaracterizar o herói. Felizmente, a impressão foi diferente.

A forma como o diretor James Gunn retrata o Superman nesse filme é muito bonita. Afinal, a noção de super-herói evoluiu. Hoje, personagens mais complexos, com qualidades e defeitos, e mais humanidade, ressoam mais. Além disso, o próprio mundo enfrenta desafios que afetam a dignidade humana. O filme apresenta um Superman divertido e vibrante, mas o mais interessante é a maneira como ele aborda temas clássicos como bondade, justiça, força e inteligência. Características, aliás, que sempre definiram o personagem.

Um Superman Humanista e Inspirador

A atuação de David Corenswet como Superman é um dos pontos altos. O que torna sua interpretação tocante é a visão humanista do herói. Aliás, a genialidade do filme reside nisso. È que, assim como Christopher Reeve nos anos 70 estabeleceu um padrão, Corenswet faz jus a esse legado. Mais do que isso, ele captura a essência do Superman que não está em ser invencível, mas em jamais ser derrotado. A vida de Reeve, que se tornou tetraplégico mas continuou inspirando, exemplifica essa resiliência. E o novo Superman abraça essa característica, com escolhas acertadas e outras nem tanto.

Até mesmo a participação do cachorro, que irritou e encantou ao mesmo tempo, contribui para essa humanidade. Ele não é um mero recurso para salvar o herói, mas um animal com suas próprias necessidades de carinho, inserido na vida do personagem de forma orgânica.

Rachel Brosnahan, como Lois Lane, é outra surpresa positiva. Longe de ofuscar o protagonista, ela é retratada como uma personagem feminina forte, profissional e consciente, que não se esquiva da paixão. O que resulta em cenas de romance cativantes. Tudo isso cria uma atmosfera leve, espirituosa e lúdica que envolve o público.

Um Lex Luthor Brilhante e Complexo se destaca no novo Superman

Além disso, Nicholas Hoult entrega uma performance brilhante como Lex Luthor. Seu personagem se vê como um gênio, um líder nato, cuja inteligência é superior à do Superman. No entanto, o que se vê na tela é alguém movido pelos sentimentos mais mesquinhos: inveja, narcisismo e egocentrismo. Ele busca poder e riqueza, sim, mas seu verdadeiro motor é a inveja do Superman, um desejo doentio de provar sua superioridade, sem se importar com as vidas que se perdem no processo, Aliás, este é um perfil que ecoa passagens sombrias da história humana.

Com um visual ótimo e funcionando muito bem como entretenimento, o filme tem um roteiro excepcional e mensagens poderosas. Há cenas divertidas e comoventes, como a que envolve pai e filho. Em sua essência de bom blockbuster, ele cumpre uma das funções mais importantes do Superman: trazer esperança em um momento em que o público precisa dela.

Avaliação

Avaliação: 3.5 de 5.

Vídeo

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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