Disponível na Paramount+, Wolf Peck é uma série que na teoria tem tudo para ser um grande sucesso. Afinal, ela compartilha elementos com clássicos dos dramas e comédias sobrenaturais para a televisão, a exemplo de Sabrina: A Aprendiz de Feiticeira e Buffy: A Caça Vampiros. Aliás, a citação aos clássicos dos anos 1990 não é em vão. Afinal, esta nova série marca a volta às telas de Sarah Michelle Gellar, uma das estrelas mais emblemáticas deste estilo. Mas, nem a fórmula segura que mescla fantasia e romance, nem o retorno de uma atriz tão icônica conseguem emprestar carisma a esses primeiros episódios.
Então, a produção tem Armani Jackson, Bella Shepard, Chloe Rose Robertson e Tyler Lawrence Gray nos papéis principais. Assim, segue o introvertido e ansioso estudante Everett (Jackson) da Califórnia, cuja vida vira de cabeça para baixo quando um ferimento misterioso durante um incêndio florestal o torna alvo de um terrível criatura sobrenatural. Também, ele sente uma atração inexplicável pelo colega estudante Blake (Shepard). Portanto, os dois unem forças para investigar suas novas habilidades, aliando-se aos irmãos Luna (Robertson) e Harlan (Gray). Enquanto isso, eles se esquivam das perguntas da sensata investigadora de incêndios Kristin Ramsey (Gellar).
Desse modo, há uma tentativa em diferenciar cada personagem. Por exemplo, Everett exibe ansiedade severa e Blake tem um irmão mais novo que é autista. Já Luna tem problemas de abandono e Harlan é gay. Assim, cada uma dessas pessoas tem um motivo claro e organizado para os espectadores sentirem empatia por eles. Mas, infelizmente, não há carisma ou personalidade que justifique acompanhar uma temporada com estes protagonistas.
E olha que as interpretações do jovem elenco não é ruim, embora eles sejam ofuscados quando dividem a cena com atores experientes como Sarah Michelle Gellar e o brasileiro Rodrigo Santoro. Porém, o problema é que não há sintonia entre nenhum dos artistas, o que limita consideravelmente a possibilidade de criar situações envolventes para os personagens.
Além disso, até Sarah Michelle Gellar encontra-se deslocada nesta disposição de atores. Afinal, em um formato convencional de drama adolescente, uma mulher adulta e sem ligação próxima a personagens da faixa etária a qual a obra se destina dificilmente assumiria como protagonista. Então, as maneiras como a personagem se insere na trama são forçadas.
Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
Acessibilidades para uma explosão sensorial no autismo e o Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) são…
Sophia Mendonça e o Budismo: “Buda é aquele que consegue suportar” e mesmo o inferno…
Crítica de cinema sem lacração, Sophia Mendonça lança newsletter no Substack. De volta às raízes,…
Conto infantil é metáfora para o autismo? Youtuber e escritora Sophia Mendonça lança contação de…
Nunca Fui Beijada é bom? Drew Barrymore é a alma cintilante de clássico das comédias…
Pensamento lógico e o autismo. O que isso significa? Tenho considerado o peso da ponderação…