Em um primeiro momento, Um Sonho Possível parece um daqueles filmes de esporte com uma forte pegada de auto-ajuda. Mas, mesmo que esta não seja uma perspectiva de todo equivocada, o filme se desenvolve de uma maneira surpreendente. Afinal, o diretor John Lee Hancock encontra um direcionamento bem mais complexo para esta história de superação.
Um Sonho Possível é mais que um filme de esporte banal
Inclusive, o cineasta descobre em Sandra Bullock, que aqui oferece uma interpretação premiada com o Oscar, a atriz perfeita para dar conta de toda essa complexidade que a obra esconde em um primeiro momento. Dessa forma, Um Sonho Possível não se restringe à vida do jogador biografado, nem na construção de uma figura heróica que é crucial para a mudança de vida do rapaz.
Aliás, aqui, o foco é como uma mulher de posicionamentos questionáveis é também o ser humano capaz de atuar em um processo de transformação altruísta. Mas, que para isso, não deixa de exibir e manter todas as características que, a priori, podem parecer incoerentes com o papel de mãe adotiva acolhedora que ela assume na trama.
Sandra Bullock ganhou o Oscar por Um Sonho Possível
Neste sentido, Sandra Bullock é o pilar do filme como uma personagem de índole bondosa, personalidade mandona e ideais conservadores. Aliás, uma figura como essa tinha tudo para ganhar contornos vilanescos ou folclóricos, mais voltados para o humor. Porém, a atriz é inteligente o suficiente para optar por um desempenho discreto e minimalista.
Aliás, este acerto no tom da interpretação de Sandra Bullock favorece a descoberta da humanidade de uma mulher extremamente autoconfiante, com todos os impactos que isso pode gerar, sejam eles agradáveis ou não. Também vale destacar as interações de Bullock com Quinton Aaron, que vive o rapaz de periferia que se torna jogador de futebol. Além disso, o filme no permite observar a dinâmica entre democratas e republicanos sem optar pelo caminho de reflexões sobre controvérsias e polêmicas.
Avaliação
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Autora da Crítica
Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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