Traumas, saúde mental e pressões da fama em Sorria 2 - O Mundo Autista
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Traumas, saúde mental e pressões da fama em Sorria 2

Traumas, saúde mental e pressões da fama no Sorria 2 são temas da análise de Selma Sueli Silva, que destaca Naomi Scott.

Traumas, saúde mental e pressões da fama no Sorria 2 são temas da análise de Selma Sueli Silva, que destaca Naomi Scott.

Traumas, saúde mental e pressões da fama no Sorria 2 são temas da análise de Selma Sueli Silva, que destaca Naomi Scott.

Em Sorria 2, Skye Riley, cantora pop, vivida pela também cantora pop, Naomi Scott, está prestes a recomeçar a vida profissional, depois de um ano afastada devido a um grave acidente, em uma turnê há muito aguardada pelos fãs. Porém, a estrela começa a vivenciar acontecimentos aterrorizantes e inexplicáveis, que colocam em risco o sucesso de seu retorno. A partir daí, realidade e pesadelo se confundem, o que traz à tona o passado que Skye precisa superar. 

É interessante como a personagem, refém do trauma de um acidente que matou um colega e quase a mata também, torna-se marcada pela fatalidade. Fato que se revela a grande novidade da continuação de Sorria, pois a combinação entre o horror que Skye passa a viver e a pressão da fama a transforma na vítima perfeita da maldição. Ela precisa confrontar o seu passado para recuperar o controle da sua vida. 

Naomi Scott é o trunfo de Sorria 2

A atuação de Naomi Scott é o grande trunfo do longa, aliada à condição de alguém que sofre com algum transtorno mental. Dessa forma, sua luta se torna solitária. Ou seja, de um lado ela é cobrada pela equipe liderada pela mãe, Rosemarie DeWitt, pelos interessados nos contratos assinados e pelo público que a idolatra. Portanto, essas pessoas não a escutam, não dão crédito ao que se passa com ela e colocam tudo na conta de seu passado como viciada. Do outro lado, uma maldição que a consome, a faz não fazer distinguir entre a fantasia e a realidade. Uma triste constatação do que se passa com alguém quando é famoso ou vive uma doença mental. Ou os dois, como é o caso da personagem.  

Assim, a maldição do sorriso demoníaco faz a estrela ver tal sorriso em todo mundo, desde pessoas da sua equipe até nos seus fãs. É para isso que esse parasita se aloja em seu hospedeiro. Ele deseja levá-lo à loucura extrema, até que, em poucos dias, consiga que a pessoa cometa suicídio diante de uma outra. É assim, que o parasita encontra um novo hospedeiro/vítima e começa novo ciclo de vida.

Terror psicológico e horror corporal em Sorria 2

A escolha do enredo é muito boa, na medida em que mistura o terror psicológico e o horror corporal. Tudo isso com direito a muito sangue e automutilações. Essa foi a fórmula perfeita para se conseguir uma aflição crescente do espectador que vai para além dos sustos. Ponto para Naomi Scott, que está perfeita como protagonista, até em olhares sutis, que despertam uma profusão de sentimentos em quem assiste.

Com o desenvolvimento da trama, o público embarca na dúvida sobre o que está realmente acontecendo, o que se intensifica nas cenas finais. Inclusive, as cenas passam a ser mais confusas e aceleradas, como se o diretor e roteirista Parker Finn quisesse explicar todo o filme em seus momentos finais. Já a trilha sonora de Cristobal Tapia de Veer aumenta o potencial do horror e intensifica o efeito das cenas. 

Conclusão

O jogo do que é real ou não leva o espectador até o final do filme. O que obriga o espectador a imaginar o desfecho oferecido. Teria sido tudo uma alucinação de Skye? Dúvida ampliada pela morte da mãe e, ainda assim, sua presença na cena final. Ou a maldição conseguiu sair vitoriosa, mais uma vez, gerando a oportunidade para a gravação de Sorria 3? A única certeza é de que o encerramento pode ser frustrante para aqueles que imaginavam um desfecho diferente do filme original. 

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Avaliação

Avaliação: 3.5 de 5.

Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora no projeto multimídia Mundo Autista D&I, escritora e radialista. Especialista em Comunicação e Gestão Empresarial (IEC/MG), ela atua como editora no site O Mundo Autista (Portal UAI) e é articulista na Revista Autismo (Canal Autismo). Em 2019, recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+. Prêmio Microinfluenciadores Digitais 2023, na categoria PcD. É membro da UNESCOSOST movimento de sustentabilidade Criativa, desde 2022. Como crítica de cinema, é formada no curso “A Arte do Filme”, do professor Pablo VIllaça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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