Tortura psicológica contra crianças autistas: um crime acobertado pela negligência
O escândalo que veio à tona na clínica voltada a Pseudociência ABA da NotreDame Intermédica é um retrato cruel da impunidade e da negligência no atendimento a crianças autistas. A notícia mostra psicólogas zombando de crianças não verbais, debochando de suas dificuldades, rindo do choro e sugerindo punições degradantes. E|ste é comportamento sádico, digno de regimes de tortura. E acontece dentro de uma instituição que deveria oferecer acolhimento e tratamento.
A grande questão não é apenas a conduta criminosa dessas profissionais. Mas, também, a omissão da rede de saúde. Afinal, por quanto tempo isso aconteceu sem que ninguém percebesse? Quantas crianças passaram por esse tipo de abuso sem que os pais soubessem? E a demissão dos envolvidos, anunciada às pressas após a repercussão, não apaga o fato de que essa violência só foi descoberta porque uma mãe teve que esconder um celular na mochila do próprio filho.
Conclusão
Portanto, este caso não é um desvio de conduta isolado. Ele escancara um sistema falido, no qual a ausência de fiscalização em relação a Pseudociência, permite que crianças indefesas sejam expostas à humilhação e ao trauma. Se nada mudar, novos casos continuarão surgindo, e a pergunta seguirá sem resposta: quem deveria proteger essas crianças, além de seus pais? Porque, claramente, as instituições de saúde não estão fazendo esse papel.
A Autistas Brasil é a única instituição no país que denuncia tortura psicológica contra crianças autistas em redes de clínicas.
Nos mantemos firmes em nosso compromisso com a preservação da dignidade de pessoas autistas em todos os espaços.
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