Sou jornalista, autista e exijo respeito.

Os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov ganharam o Prêmio Nobel da Paz. Certamente, o motivo foi a luta em defesa da liberdade de imprensa. Além disso, a denúncia dos abusos de poder nas Filipinas e Rússia, é claro.

Desse modo, a notícia chega num momento complicado em minha vida. Mas sei: “Sou jornalista, autista e exijo respeito”.

Merece destaque a “luta corajosa” de ambos na “defesa dos direitos humanos” e “da liberdade de expressão” em seus países. O jornalismo livre e independente protege a sociedade. Contra o quê? Por exemplo, contra o abuso de poder, a mentira e a propaganda de guerra.

Enquanto isso, no Brasil…

Vivemos momentos dramáticos por aqui. Jornalistas são agredidos no cumprimento de seu trabalho. Aliás, não dizer o que algumas instituições, políticos, ou até mesmo o cidadão comum quer ouvir virou uma espécie de crime. As fakes News ganharam espaço. Na mesma proporção que o Estado se afastou de suas responsabilidades. Cada político empossado já começa a trabalhar para sua próxima campanha. Os compromissos assumidos com os eleitores são facilmente esquecidos. Ou abandonados.

Sou jornalista, autista e exijo respeito.

Quanto mais nos afastamos da democracia, mais precisamos do jornalismo sério e de apuração bem executada. Entretanto, as profissões das áreas das Ciências Sociais e Humanas amargam a falta de entendimento e reconhecimento de sua importância.

Ou por outra, com essa falta de compreensão sobre a relevância dessas áreas, vimos emergir apresentadores como o lado B de médicos, terapeutas, professores, pedagogos, economistas entre outros. Contudo, sigo firme nesta profissão que escolhi há 33 anos.

Só me resta lamentar que nas ‘terras brasilis‘, o cidadão não perceba que a atuação do jornalista é que garante a luta pela esperança de dias melhores.

Texto da jornalista Selma Sueli Silva