Sorria é mais um filme de terror que chega ao catálogo do Amazon Prime Video em 2022. Inclusive, ele parte de uma premissa comum dentre os exemplares do gênero lançados nos anos 2010 e 2020. Ou seja, usar o terror psicológico como metáfora para medos reais é um conceito forte nesta produção.
Sobre o que fala o filme Sorria?
O artifício do trauma como medo é antigo e presente em grandes clássicos do horror pertencentes a tempos distintos do cinema. Isso inclui desde Tubarão e O Exorcista, filmes dos anos 1970, até a genial obra do cineasta Jordan Peele, responsável por obras como Corra, Nós e Não, não olhe! Assim, há algo que persegue a Dra. Rose Cotter (Sosie Bacon) ao longo deste longa-metragem. E aqui, também, o arrepio tenta vir como também como sugestão de terror e não apenas com sustos e violência.
Lançamento é uma boa opção de filme de terror para assistir hoje
Aliás, o maior trunfo de Sorria é que este é um filme impiedoso. Ou seja, a noção de que crianças e animais de estimação são tão vulneráveis como os adultos é perturbadora. Afinal, quem não se lembra de Pânico, o original de 1996, que ensinava as regras de sobrevivência em um filme do estilo? Dessa forma, Sorria consegue subverter as expectativas do público.
Inclusive, essa quebra de expectativas se aprimora pela sensibilidade e inteligência da atriz Sosie Bacon no papel principal. Assim, a intérprete consegue trabalhar muito bem as contradições da personagem e seus aspectos psicológicos. Isso porque ela sabe muito bem como olhares e gestos podem transmitir instabilidade e vulnerabilidade.
Também, o filme tem uma condução segura do diretor Parker Finn. Este mérito fica evidente no uso arrepiante da paleta de cores variadas. O problema, aqui, é que há muita repetição de elementos muito revisitados em outros filmes, sem nenhum esforço para evitar o desgaste. De qualquer forma, entre clichês e inovações, Sorria é um terror envolvente e bem realizado.
Avaliação:
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Autora da Crítica
Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+
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