Selma Sueli Silva
“O ódio precisa ser combatido e apenas o diálogo e a aceitação da diversidade podem trazer a paz social.” Jacinda Ardern, conhecida por combate à Covid-19 venceu as eleições da Nova Zelândia para primeira-ministra. Foi a maior vitória de seu partido em quase meio século de história.
A vitória de Jacinda Ardern nas últimas eleições da Nova Zelândia, reacenderam em mim a esperança de uma política na contra mão do que acompanho, atualmente, em vários países do mundo. Os Estados Unidos, assim como o Brasil, minimizaram os efeitos do novo coronavírus o que nos rendeu mais de 154 mil mortes e 5 milhões e 250 mil casos de coronavírus até aqui. Os Estados Unidos registram mais de 210 mil mortes e mais de 8 milhões de casos do novo coronavírus.
Enquanto isso, Jacinda ficou conhecida mundialmente pela gestão da crise da Covid. Ela tomou medidas assertivas, na luta para unir o país contra a covid-19 o que se tornou um marco no combate à pandemia. E ainda que, um ano antes, um ataque da extrema-direita, tenha deixado o saldo de 50 pessoas em seu país. a primeira-ministra não usou o evento para insuflar o desejo de vingança em toda a população. E sequer usou os enterros como palanque. Ao contrário, em menos de uma semana, leis foram aprovadas para endurecer o acesso às armas.
Depois de sua vitória, no último sábado (17), Jacinda Ardern nos convidou a uma reflexão: “Estamos vivendo em um mundo cada vez mais polarizado. Um lugar onde mais e mais pessoas perderam a capacidade de ver o ponto de vista uns dos outros. Espero que com esta eleição, a Nova Zelândia tenha mostrado que não somos assim”.
Eu também espero. Esse resultado é a prova de que há poder construtivo na conciliação que é avessa ao discurso de ódio. É possível cuidar da paz e equilíbrio social com uma política antirracista, com salários dos políticos congelados, licença-maternidade de 6 meses, ampliando cotas para receber refugiados, entre outras medidas. Passou da hora de entendermos a empatia como a base para a solidariedade de fato, em que aprendamos a enxergar a humanidade no outro como um primeiro passo para que ele mesmo comece a praticá-la.
Se o verbo hoje, na Nova Zelândia é “to Ardern up”, o meu, por aqui, é esperançar.
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