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Poucas e boas, a arte de incluir

Estou encantada com umas poucas e boas que tenho visto na arte de incluir. Minha mãe tem um sítio na estrada da Serra do Cipó. Estou com ela há quase 20 dias. Desse modo, ontem, dia 19 de outubro, mamãe me pediu para levá-la a um distrito de Jaboticatubas. Assim, fomos ainda pela manhã a São José do Almeida. Fizemos compras numa loja de departamentos na entrada da cidade e seguimos para o supermercado.

Assim que cheguei, vi, do outro lado da rua, uma pizzaria. Como já estava com fome, pedi à minha mãe que ficássemos por ali mesmo, depois das compras. Ao terminarmos, mamãe ainda pediu indicação de restaurante, e a gerente do local nos indicou um restaurante na saída da cidade.

O destino e as poucas e boas que ele nos revela

Nesse momento, ouvimos um rapaz, simpático e sorridente, nos convidar para almoçarmos na tal pizzaria. Mas minha mãe já havia se esquecido. Ele dizia que tinha até um pudim muito gostoso. Dessa forma, implorei minha mãe que fôssemos lá mesmo. Colocamos as compras no carro, atravessamos a rua e lá estávamos. Um local simples e simpático. As pessoas que lá estavam eram todas sorridentes.

O rapaz de antes, tratava a todos como se fosse o anfitrião. E de certa forma até era, já que o estabelecimento era dele. A comida, nossa! Uma delícia. Mineira com arroz, feijão, macarrão, lombo e salpicão. Tudo da melhor qualidade. Descobri que a cozinheira era mãe do rapaz. De vez em quando ele chegava até à porta e convidava quem quer que estivesse passando na rua.

Então, à certa altura, ele nos ofereceu refrigerante. Eu não bebo quando como. Mas ele despejou o ‘refri’ geladinho no copo à minha frente e eu não pude resistir. O calor era intenso. Assim, disse a ele. “Nossa, até parece festa.” O rapaz, Gabriel é o nome dele,

me respondeu com um sorriso. “E é. Hoje é meu aniversário e eu resolvi oferecer esse almoço a todos vocês.”

A surpresa na arte de incluir

“Mas por que?” Eu quis saber. Ele me explicou que é muito presente na igreja – não disse qual – e que trabalhava muito na pizzaria. Dessa forma, resolveu comemorar com o almoço, para estar junto das pessoas. Isso porque sente falta dessa interação no dia a dia. Depois de comer o pudim, sai de lá satisfeita com a originalidade e afetividade de nossa gente do interior. Almoço divino, sem confusão e com muita alegria.

Não resisti e pedi uma foto. E aí estamos eu, minha mãe, Gabriel Elias Rodrigues, sua esposa Débora Nascimento e a mãe dele – responsável pelo delicioso almoço, Celita Alves. Eu prefiro acreditar que existem muitas dessas pessoas mundo afora. E quando encontro com elas, faço questão de registrar. Essa é a arte de incluir. Parabéns à esta linda família.

Instagram Vovó Cecília: Clique aqui

Selma, Irene, Gabriel, Débora e Celita em São José do Almeida.

Selma Sueli Silva é graduada em Jornalismo e Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, além de Especialista em Comunicação e Gestão Empresarial. Atuou, como produtora e apresentadora, nas rádios Itatiaia (de 2001 a 2015), Inconfidência, Autêntica Educativa e Super. Foi assessora chefe do INSS/MG, de 1993 a 2001. É autora de cinco livros. Foi diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista) em 2016. Mantém o site “O Mundo Autista” no Portal UAI e o canal do YouTube “Mundo Autista” desde 2015.

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