O Segredo de Brokeback Mountain - O Mundo Autista
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O Segredo de Brokeback Mountain

Sophia comenta O Segredo de Brokeback Mountain, um clássico filme que mistura faroeste e romance para falar de questões sexuais e de gênero.

Sophia comenta O Segredo de Brokeback Mountain, um clássico filme que mistura faroeste e romance para falar de questões sexuais e de gênero.

O Segredo de Brokeback Mountain é um já clássico filme que mistura faroeste e romance, com uma direção sensível e respeitosa do multifacetado cineasta Ang Lee. Assim, há uma cena emblemática na qual Ennis (o saudoso Heath Leadger, vencedor do Oscar póstumo por Batman: O Cavaleiro das Trevas) conta a Jack (Jake Gyllenhall) sobre algo que ouviu quando menino. Ou seja, um relacionamento entre dois homens que culminou em um final trágico.

A trama de O Segredo de Brokeback Mountain

Essa memória de infância está sempre presente, de maneira incômoda, nesta aclamada produção de 2005. Afinal, quando ele foi ensinado por seu pai a odiar os homossexuais, Ennis também foi ensinado a odiar os próprios sentimentos. E anos depois ele se vê em um romance homoafetivo mesmo sem se identificar socialmente como gay, já que se apaixonou pela persona de Jack após uma série de fracassos na vida pessoal.

Esta bela e dolorosa história de amor tem início em 1963, quando o casal de protagonistas consegue um emprego para cuidar de ovelhas. Assim, Ennis é um rapaz de tão poucas palavras que mal consegue abrir a boca para soltá-las. Afinal, ele aprendeu a ser cauteloso e medroso muito antes de saber o que temia. Já Jack, que tem maior experiência em rodeios, é um pouco mais extrovertido. Dessa forma, após alguns dias na montanha e um pouco de uísque, eles se veem em uma relação sexual.

O romance em O Segredo de Brokeback Mountain

Porém, ambos se separam após este momento e acompanhamos alguns anos se passarem, assim como ambos os homens se casarem com mulheres. Mas, com o reencontro, aquela faísca aparece novamente. E dá lugar a uma série de desculpas para as esposas sobre viagens de pesca que escondem um romance proibido.

Aliás, uma das belezas desta adaptação escrita por Larry McMurtry e Diana Ossana do conto de E. Annie Prouxl é que seria simplista demais definir os protagonistas como gays. Afinal, principalmente no caso de Ennis, há outros contornos sociais que complexificam essa questão. Tais como as expectativas culturais e o apaixonar-se pela pessoa até mais do que pela atração física. Assim, para todos os efeitos, vemos a paixão homoafetiva entre dois homens heterossexuais. Porém, ambos são prejudicados por uma sociedade que lhes diz como um homem deve se comportar e o que ele deve sentir. Assim, esta mistura de sentimentos que se vê na tela é tocante tanto pela estranheza que provoca quanto pela intensidade e verossimilhança das composições de Heath Ledger e Jake Gyllenhaal.

Esposas tem papel crucial em O Segredo de Brokeback Mountain

Além disso, vale destacar as arestas de outras duas personagens caras a essa trama. Ou seja, as esposas dos protagonistas, que ganham vida com a sensibilidade e a força de Michelle Williams e Anne Hathaway. Afinal, nessa hierarquia social, elas são ainda mais vítimas do que eles de um construto social que não engloba apenas às orientações sexuais. Mas sobretudo, limita e sentencia as ações de ambos os gêneros.

Avaliação

Avaliação: 5 de 5.

Trailer

Trailer do filme O Segredo de Brokeback Mountain

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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