O Perdão que Liberta - O Mundo Autista
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O Perdão que Liberta

Desenho da pombinha com a folha de oliveira no bico. Para ilustrar o texto O perdão que liberta.

O perdão, mais do que a desculpa, é um ato profundo. Assim, o perdão é um movimento que parte da compreensão do que significa ser humano. Esse é o perdão que liberta. A humanidade que é conferida a nós, pessoas, vem junto com a responsabilidade de se zelar por si mesmo e pelo próximo. Ou seja, não existe humanidade separada, dissociada do resto do mundo. E é aí que entra o perdão. O que estamos fazendo quando perdoamos alguém? Que tipo de movimento é esse, o de se perdoar?

Como disse, o perdão parte de um movimento interno, profundo, do nosso ser. Não existe perdão sem compreensão. Mas, o que devemos compreender para atingir esse nobre gesto? Um grande ser humano uma vez disse: “Amai o próximo como a ti mesmo”. Quando não perdoamos, estamos corrompendo esse ensinamento. O perdão, então, é um gesto de amor. Para o outro e para consigo mesmo. Afinal, o outro e nós somos um. Não existe separação.

Perdoar é aprendizado

Já citei por aqui, em outros artigos, que meus anos de graduação foram de suma importância para a minha vida. Dentre vários aprendizados, aprendi a perdoar. E, desde então, esta vem sendo uma prática constante na minha vida. Constante, pois perdão e amor andam juntos. E, praticar o amor é um ato que não tem fim. Dessa forma, assim como no meu artigo sobre a gratidão, percebo que o perdão está na raiz e desfaz uma série de sentimentos limitantes. O perdão também cura, e mais: Liberta.

Mas, do que estamos livres quando perdoamos? Primeiro, gostaria de adicionar que, como prática de autoconhecimento, é interessante começarmos com o auto perdão. Vasculhando nossas vidas, nosso interior, principalmente quando estamos iniciando nesse movimento, iremos achar, possivelmente, farta matéria prima que nos desafiará nesse percurso. O perdão deve sempre, portanto, partir da compreensão, como disse. Sem essa compreensão, encontraremos inúmeras dificuldades. Conseguir se perdoar é o passo essencial. É amor próprio.

O perdão liberta

A liberdade, então, vem do fim das nossas amarras. Amarras que criamos com pessoas e situações. E que a grande parte delas está tão somente no nosso campo imaginário. Ou seja, não existem concretamente. Os pensamentos podem criar cada coisa que nos surpreenderíamos. Então, essa surpresa acontece ao desvendarmos quantas delas são reais, de fato.

Pensamos uma primeira coisa, falamos uma segunda e agimos uma terceira, conforme conta uma história de Gandhi. Vamos, então, primeiro, nos perdoar por sermos quem somos. Cada detalhe, cada característica, cada fala, cada ação e pensamento. Portanto, estamos, a todo instante, fazendo o nosso melhor. Claro que com os recursos que dispomos naquele momento, percebem? Sendo assim, não há erro. Somos sempre nossa melhor versão.

E aí, como num efeito dominó, os perdões vão acontecendo. Se sou capaz de me perdoar, por tudo que sou, o outro também é merecedor desse perdão. Como nós, ele está sempre se esforçando para oferecer o seu melhor. E, também, a Vida merece nosso perdão. Aliás, a vida está constantemente nos enviando situações e pessoas para que possamos evoluir. Portanto, olha como ela é boa com todos nós! “Te perdoo, Vida querida, e reconheço que desejas sempre tirar o melhor de mim.

É preciso praticar o perdão

Perdoar, como outras coisas da vida, se torna mais fácil e agradável com a prática. Mas lembre-se sempre do porquê de você estar perdoando. Ajuda muito, nesse processo, a criação de um propósito interno, pessoal, como por exemplo: “quero levar a vida de uma forma mais leve”. Ou “quero melhorar meu relacionamento com meus familiares”. Ou “não quero mais ter tantos pensamentos destrutivos”.

Comece por aí e verá sua vida fluir mais e mais. Não duvide do poder transformador do perdão. Ele abre espaço para que o bom aconteça em sua vida. Falaremos melhor, mais adiante, em outros artigos, sobre “o propósito para se viver”. Permaneça por aqui e sigamos juntos nessa aventura da auto descoberta!

Psicólogo Renan Kleber

Praticante do Yoga, desde 2012, Renan Kleber Lopes Dias se formou como professor de yoga pelo Estúdio Namaskara – SP, professor Mário Reinert, em um curso de 2 anos. É graduado em psicologia pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, com especialização em psicologia social e formação complementar em pedagogia. Atualmente, dedica seu tempo ao estudo e ensino do yoga e meditação, oferecendo workshops sobre Yoga e Psicologia, além de oficinas de escrita e mandalas para crianças. Contato pelo Instagram: @almasirmãs

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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