Em primeiro lugar, não faça nenhum mal. A pressão de propaganda atinge os profissionais de diversas áreas. A pressão de conteúdo em redes sociais se tornou mais um dos check-lists para uma ascensão ou manutenção profissional, para muitas pessoas.
E no meio dessa pressão, alimentados pelo nosso sistema de recompensa (mais um vício que nos anestesia da vida), ficamos ansiosos. Essa ansiedade pode nos deixar pressionados a publicações ritmadas ou a penetrar em temas que estão na moda. Porque esses temas dão ibope. Lembre-se, não faça nenhum mal.
Afinal, é aí que pode existir algo perigoso: os temas que dão ibope são polêmicos. E podemos dizer emitir opiniões que podem levar ao adoecimento de quem lê. Como “demonizar” uma medicação que possa ter indicação em determinado caso, ou indicar uma técnica que não traz benefício real (ou até malefício).
Precisamos, como profissionais da saúde, tomar cuidado para não surfar em ondas que podem aumentar o risco de adoecimento das pessoas. Acho isso tão importante, que penso que deveria existir matéria sobre mídias nas escolas e faculdades! Sobre ética, medicina baseada em evidências.
Giovana Mol é psiquiatra e psicogeriatra. Além disso, é terapeuta focada na compaixão. Tenho tem o mestrado em neurociência e é professora da Faculdade de Ciências Médicas para o curso de Medicina.
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