Mundo Inclusivo já. E pessoas também. Nos 7 anos de meu diagnóstico, 15 para a Sophia e 4 de reconhecimento e aceitação do autismo de minha mãe, já vivi mutas situações constrangedoras. Coisas do tipo: “A Lei Brasileira enche vocês de direito.” Dito por alguém da própria família. Claro, não é? Quando se tem limitações que podem comprometer nossa vida diária, é cobrado da família, mais responsabilidades, quer ela queira ou não.
Tudo no mundo foi pensado para a pessoa padrão, neurotípica. O que, certamente, não significa que a vida dela seja um mar de rosas. Afinal, há diferenças gigantes entre os neurotípicos padrão e padronizados. Mas, pelo amor, para nós, pessoas atípicas, viver o dia a dia é uma grande aventura, com final feliz ou não. Por isso, necessitamos de um Mundo Inclusivo já!
Ou seja, o final feliz depende ainda, na maioria esmagadora das vezes, das pessoas com as quais você se encontra a cada dia. Em um Mundo Inclusivo, podemos classificá-las de empáticas. São aquelas que tem o compromisso de ser melhor dia a dia. Há também as que não são empáticas. São pessoas individualistas, desinteressadas, autocentradas. Para essas pessoas agirem de forma inclusiva, só com a força da Lei. O pior é que são leis que elas não conhecem e nem fazem questão de conhecer. Aí entra em cena a pessoa autista que informa, com toda a paciência que esse tipo de pessoa exige. Ela mesma, não possui nenhuma.
A pessoa empática não consegue ser feliz se o outro não for. Ela acredita que se é bom para ela, tem de ser bom para o coletivo também. Isso porque ela valoriza o ser humano, como valoriza a ela mesma. A pessoa não empática busca somente, a sua felicidade. Não se importa com o outro. Ao contrário, acredita que para ela ser feliz, é preciso que a maioria não seja. Ela não acredita no coletivo. Para ela, o coletivo é irritante e impede o avanço imediato dela e dos seus.
Estou há algum tempo na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. A internet me apresentou a Pelotas, como a Princesinha do Sul, a cidade dos doces. Que delícia. Entretanto, embora esteja feliz por está aqui e tenha encontrado pessoas lindas e empáticas, outras, foram não empáticas com força. Isso desde nossa escala em São Paulo, Congonhas, para ir até Porto Alegre e, finalmente, estar na Princesinha do Sul. No entanto, na primeira semana, postei esse story, em meu instagram:
Por exemplo: a inclusão é uma questão fundamental na construção de uma sociedade. Afinal, ela trabalha o estabelecimento de regras que promovem a igualdade entre todos os grupos, garantindo seus direitos à educação, saúde, trabalho e outros recursos necessários para suprir suas necessidades. A poucos dias do ano de 2024, nós, do Mundo Autista, diversidade e inclusão, queremos saber:
Que tipo de pessoa você quer ser? Acredita em um Mundo Mais Inclusivo?
Acreditar ou não, no entanto, não vai mudar a realidade de que caminhamos para uma sociedade que entende que nossa grande riqueza, está em sermos diferentes. E isso não tem volta!
Viva a Diferença, a Neurodiversidade e a Neurodivergência!
Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora no projeto multimídia Mundo Autista D&I, escritora e radialista. Especialista em Comunicação e Gestão Empresarial (IEC/MG), ela atua como editora no site O Mundo Autista (Portal UAI) e é articulista na Revista Autismo (Canal Autismo). Em 2019, recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+. Prêmio Microinfluenciadores Digitais 2023, na categoria PcD. É membro da UNESCOSOST movimento de sustentabilidade Criativa, desde 2022.
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