Crítica: "Mistério no Mediterrâneo" (2019) - O Mundo Autista
O Mundo Autista

Crítica: “Mistério no Mediterrâneo” (2019)

Filme da Netflix, Mistério do Mediterrâneo reune Adam Sandler e Jennifer Aniston e diverte ao misturar comédia e mistério

Filme da Netflix, Mistério do Mediterrâneo reune Adam Sandler e Jennifer Aniston e diverte ao misturar comédia e mistério

“Mistério no Mediterrâneo” resgata o gênero das comédias de mistério com um tom de besteirol, um estilo que fez sucesso em décadas passadas — como em “Os Sete Suspeitos” (1985), baseado no jogo “Detetive” —, mas que, curiosamente, nunca conseguiu se estabelecer de fato. É uma pena que produções do tipo tenham se tornado raras, pois as boas obras que combinam esses dois universos oferecem o melhor de ambos, estilos muito apreciados pelo público.

Afinal, é delicioso assistir a algo que, como um jogo, nos mantém em suspense, enquanto a história intrincada adiciona uma dose de seriedade a algo que sabemos ser pura diversão e risada. Nesse sentido, “Mistério no Mediterrâneo” acerta ao mesclar paródia, humor e uma trama de mistério e suspense em doses muito bem calculadas.

Qual é a história de Mistério no Mediterrâneo?

Assim, neste filme, Nick Spitz (Adam Sandler) é um policial que há tempos tenta se tornar detetive. Porém, ele nunca consegue passar na prova para o cargo. Então, ele diz para sua esposa (Jennifer Aniston) que trabalha na função, pedindo ao melhor amigo que o ajude nesta mentira. Mas um dia, ao chegar em casa, Nick é cobrado por Audrey sobre a sonhada viagem à Europa, que ele prometeu quando ambos se casaram, 15 anos atrás.

Então, ele diz que já havia arrumado tudo e, assim, os dois partem em viagem. Mas, no avião, Audrey conhece o milionário Charles Cavendish (Luke Evans), que os convida para um tour a Mônaco a bordo do navio de seu tio (Terence Stamp). Assim, o casal aceita a oferta, sem imaginar que estaria envolvido com a investigação em torno de um assassinato em pleno alto-mar.

Adam Sandler e Jennifer Aniston se unem em Mistério no Mediterrâneo

O grande trunfo do filme é, sem dúvida, a química entre Adam Sandler e Jennifer Aniston. Eles já provaram em outras produções que funcionam bem juntos, e aqui não é diferente. As interações do casal são o ponto alto, com piadas bem encaixadas e um timing cômico que prende a atenção. Sandler entrega seu estilo de humor característico, com um toque de “homem comum” que se vê em uma situação extraordinária. Não é inovador, mas funciona perfeitamente no contexto do filme. Jennifer Aniston, por sua vez, brilha como a esposa mais sagaz e observadora, muitas vezes à frente do marido na investigação.

O roteiro, assinado por James Vanderbilt, tenta emular as clássicas histórias de “quem matou?” no estilo Agatha Christie, mas com uma roupagem mais moderna e cômica. Há uma série de personagens excêntricos e suspeitos em potencial, o que contribui para o mistério. No entanto, a trama é um tanto previsível em seus desdobramentos. Para os fãs do gênero, as reviravoltas e a identidade do assassino podem ser adivinhadas com certa facilidade. A direção de Kyle Newacheck é funcional, focando em manter o ritmo da comédia e aproveitar os belos cenários europeus. As cenas de ação são pontuais e cumprem seu papel sem grandes inovações.

Avaliação

Avaliação: 3.5 de 5.

Trailer

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments