Quando o pacote chegou, pelo correio, eu fiquei curiosa. Aliás, eu já havia recebido um livro da “Coleção Conto com Você”, presente da ‘Mamãe Tagarela’, e amado a ludicidade do convite expresso no embrulho: “o momento que você estava esperando chegou.” Assim, abri e como da outra vez, a capa colorida e muito bem ilustrada, encheu-me os olhos. Era o segundo livro de Thaís Cardoso, “O mundo das sensações invertidas, com ilustrações de Bruna Dornelles.”
Thaís, a Mamãe Tagarela, é a autora de outro livro infantil, “O fone que não fica música” que fala sobre o autismo e bullying. O convite, agora, veio para conhecer mais sobre o Transtorno do Processamento Sensorial, TPS, tendo como cenário, o encantamento de uma festa de aniversário. O prefácio é da Terapeuta Ocupacional Infantil, Claudia Tavares.
Eu descobri que tinha cérebro neurodivergente somente aos 53 anos. Hoje estou com 60 e ainda me incomodam várias sensações provocadas ora por hipersensibilidade sensorial, ora pela hipossensibilidade. Aliás, é importante ressaltar que, na vida adulta, essas características afetam até a vida sexual feminina.
Além disso, em minha história e na história de vida de minha filha, também autista, a seletividade alimentar por causa da sensibilidade do tato e do paladar, é um desafio que não vencemos até hoje. Afinal, a falta de estímulos ou tratamento adequado na infância ou adolescência trazem prejuízo ao adulto com diagnóstico tardio.
Não precisa ser assim. Para tanto, o livro nos convida a conhecer os 8 sentidos de nosso corpo e suas funções. Mais que isso, é um convite ao diálogo com as crianças sobre como nosso corpo
e seu funcionamento nos torna, a todos, seres únicos e especiais.Desde Ana e sua alegria por ter todos os amigos por perto, até as presenças de Mia e Eric, os seus convidados para sua festa de aniversário, descobrimos com a leitura, que a linguagem amorosa nos aproxima e proporciona interação com nossos amigos.
Portanto, mais uma vez a autora, ilustradora e editora nos trazem mais que o acesso à informação. Esse time de mulheres nos brinda com a beleza da interação humanizada, com a certeza de que, “quando gostamos de alguém, tentamos, ao máximo, aprender sobre o amigo para incluí-lo do jeitinho que ele é.”
Selma Sueli Silva é criadora de conteúdo e empreendedora no projeto multimídia Mundo Autista D&I, escritora e radialista. Especialista em Comunicação e Gestão Empresarial (IEC/MG), ela atua como editora no site O Mundo Autista (Portal UAI) e é articulista na Revista Autismo (Canal Autismo). Em 2019, recebeu o prêmio de Boas Práticas do programa da União Europeia Erasmus+. Prêmio Microinfluenciadores Digitais 2023, na categoria PcD. É membro da UNESCOSOST movimento de sustentabilidade Criativa, desde 2022.
Você sabia que a música Firework, de Katy Perry, é um hino budista? Confira a…
Enfeitiçados parte de uma premissa inovadora e tematicamente relevante. O filme traz uma metáfora para…
Sophia Mendonça resenha o especial de Natal A Nonsense Christmas with Sabrina Carpenter, com esquetes…
O autismo na série Geek Girl, uma adaptação da Netflix para os livros de Holly…
Os Fantasmas Ainda se Divertem funciona bem como uma fan service ancorada na nostalgia relacionada…
Ainda Estou Aqui, com Fernanda Torres, recebeu duas indicações ao Globo de Ouro e está…