Diferenças Irreconciliáveis é um filme de 1984 que traz Drew Barrymore, à época com oito anos de idade, já como uma atriz inteligente e madura. Então, o filme começa com a garotinha interpretada por ela conversando com um advogado, com o desejo de se emancipar dos pais. Assim, este longa-metragem com direção de Charles Shyer aborda o divórcio sob uma ótica infantil. E o faz com uma sagacidade impressionante.
Aliás, Drew Barrymore é cirúrgica neste papel justamente porque o aborda com calma e seriedade. Portanto, foge do estereótipo da menina fofa e engraçadinha. E não à toa, ela recebeu uma indicação ao Globo de Ouro por esta interpretação. Já Shelley Long e Ryan O’Neal encarnam os pais da garota de maneira precisa. Por sinal, eles se casam após vivenciarem uma situação peculiar, mas que culmina na paixão à primeira vista.
Assim, o personagem de Ryan O’Neal planeja ser um grande diretor de cinema, enquanto a de Shelley Long busca ser uma esposa prestativa e boa mãe. Porém, depois que a carreira dele chega ao fim, a mulher obtém grande sucesso como escritora. Mas a questão é que um dos pais ou outro está sempre tão ocupado, tão bem-sucedido, tão requisitado, que a garotinha passa despercebida. Então, o único lugar onde ela realmente se sente amada e confortável é quando vai para casa com a empregada mexicana da família.
Daí, o enredo deriva perigosamente para uma série de confrontos teatrais. Porém, os escritores Nancy Meyers e Charles Shyer conseguem evitar os caminhos mais óbvios. Afinal, este filme foi escrito com tanta inteligência e imaginação que mesmo aquelas cenas obrigatórias têm um certo frescor e estilo.
Além disso, a obra apresenta uma sugestão de amargura em suas cenas sobre Hollywood. Assim, embora “Diferenças irreconciliáveis” seja um filme sobre a vida familiar, é também um retrato perspicaz do sucesso e do fracasso em Hollywood. E o que é mais interessante, tudo analisado pela lente da personagem de Drew Barrymore.
Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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