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Crítica do Filme: Desencantada

Desencantada, da Disney, é bom como Encantada? Descubra a percepção de Sophia Mendonça, que é fã de filmes de princesa e contos de fadas.

Imagem do filme Desencantada, da Disney+

Desencantada, da Disney, é bom como Encantada? Descubra a percepção de Sophia Mendonça, que é fã de filmes de princesa e contos de fadas.

Hoje vou falar sobre “Desencantada”, filme lançado na sexta-feira passada na plataforma Disney+. Esta é a continuação de Encantada, filme de 2007, que revigorou a fórmula de contos de fadas cinematográficos. Isso por causa do choque entre a ingenuidade da protagonista, sempre alegre e otimista, e a aspereza cotidiana de Manhattan. Neste sentido, a obra tinha como alicerce a atuação impecável de Amy Adams como Giselle. uma princesa da Disney personificada.

O que esperar do filme Desencantada, disponível na Disney+?

Esta sequência vem quinze anos depois, em 2022. E quem assina a direção é Adam Shankman, experiente em musicais voltados ao entretenimento familiar. Assim, a história ocorre também cerca de uma década após os eventos retratados no primeiro filme. Aqui, Giselle e Robert, o advogado interpretado por Patrick Dempsey, estão casados. Inclusive, eles tiveram uma filha, Sofia. Já a pequena Morgan, vivida pela atriz mirim Rachel Covey no original, ganha vida como adolescente na interpretação de Gabriella Baldacchino. Infelizmente, é frustrante como a personagem, tão carismática anteriormente, se reduz a uma caricatura de jovem rabugenta. Aliás, a própria bebê Sofia parece estar no roteiro apenas para explicar a mudança da família para os subúrbios. Inclusive, ela mal aparece no decorrer da projeção.

Além disso, Idina Menzel e James Marsden reprisam os papéis do filme anterior, agora como monarcas da Andalásia. Porém, o ambiente suburbano não se apresenta como aquele “felizes para sempre” de final de contos de fadas. Isso ocorre muito em função do período de adaptação, que é mais um ponto subaproveitado pela narrativa. Assim, os quatro roteiristas limitam-se a mostrar os conflitos entre Giselle e Morgan.

Qual é a história da continuação de Encantada, da Disney?

Desse modo, enquanto Morgan não manifesta interesse pelas memórias de Giselle, a princesa não consegue acompanhar as mudanças da jovem que vai da infância para adolescência. Aliás, quando Morgan verbaliza que o papel de Giselle é o de madrasta, isso leva a uma magia da protagonista para que eles tenham uma vida de conto de fadas. Então, é a oportunidade perfeita para Amy Adams demonstrar seu talento como artista. Afinal, surge a oportunidade de interpretação de uma música agridoce e fascinante. E ela agarra a oportunidade com uma melancolia mesclada ao tom radiante do papel.

Porém, as madrastas são sempre perversas nos contos de fadas. Ou seja, esse desejo naturalmente se torna uma maldição. Isso porque transforma a bondade de Giselle em maldade. Então, Morgan percebe que tem até meia-noite para reverter o feitiço.

A continuação faz jus ao filme original?

Falando em interpretações, Amy Adams diverte ao alternar a doçura e o veneno dessa nova fase da personagem. Também, a obra traz Maya Rudolph como a vilã, uma espécie de rainha malvada suburbana. Porém, a tensão entre as duas fica muito aquém da dinâmica estabelecida entre a própria Amy Adams e Susan Sarandon, que foi a antagonista do filme anterior.

Além disso, “Desencantada” repete a parceria dos compositores Alan Menken e Stephen Schwartz. Esta colaboração, inclusive, rendeu três indicações ao Oscar pelo trabalho em “Encantada”. De fato, a dupla é hábil ao amarrar a narrativa em um estilo bem agradável e familiar aos fãs da Disney. Porém, o diferencial é a interpretação vigorosa de Idina Menzel da música “Love Power”. Aliás, o filme diverte sempre que ela e James Marsden surgem na tela. Inclusive, o ator mantém o estilo canastrão e engraçado responsável pelo desempenho cativante em “Encantada”. Portanto, é uma pena que o espaço deles no enredo seja limitado a algumas cenas no início e final.

Também, há uma série de personagens introduzidos nesse novo filme. Inclusive, alguns deles são interpretados por atores que já se mostraram eficientes em outras oportunidade. Este é o caso da comediante Yvette Nicolle Brown, de séries como “Drake & Josh” e “Community”. Mas, infelizmente, todos esses coadjuvantes pouco ou nada têm a acrescentar. Afinal, são papéis pequenos e encarnados sem brilho.

Com tantas decepções, resta apreciar os prazeres mais imediatos provocados pelo cuidado estético da produção. Isso inclui figurinos e trilha sonora. Mas principalmente, o talento de Amy Adams e Idina Menzel. Porém, aqui faltam o humor mordaz e o charme romântico que fizeram do antecessor um jovem clássico.

Avaliação

Avaliação: 3 de 5.

Trailer

Trailer do filme Desencantada, de 2022, disponível na plataforma Disney+
Sophia Mendonça

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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