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Crítica: “Uma Batalha Após a Outra” (2025)

O filme “Uma Batalha Após a Outra” já estreou como um dos grandes favoritos para o Oscar de 2026. Dirigido pelo aclamado Paul Thomas Anderson, o longa gerou grande expectativa, especialmente entre os fãs do cineasta. `PTA, aliás, é um cineasta brilhante. Dentre a vasta filmografia dele, merece destaque “Magnólia”, um drama complexo que explora várias histórias interligadas. Além de “Embriagado de Amor”, que, embora perturbador, é um filme muito bonito e escala Adam Sandler em um papel dramático de forma surpreendente e bem-sucedida.

O significado do título e a trama do filme “Uma Batalha Após a Outra”

O título de “Uma Batalha Após a Outra” chamou a atenção por sintetizar bem o momento social e individual que vivemos. Afinal, a vida de cada pessoa, especialmente aquelas com mais vulnerabilidades, é uma sucessão de desafios. Ao vencer uma batalha, outra logo se apresenta. E o filme capta essa realidade de forma impactante.

A trama discute a profundidade dos personagens e a questão dos revolucionários, mas de uma forma que evita a romantização. Isso porque, diferentemente dos épicos cinematográficos que justificam a violência, o filme de Anderson traz essa temática para um contexto mais realista. Assim, ele mostra que, embora o desejo de mudar o mundo seja importante e transmita esperança, as grandes transformações não ocorrem de forma rápida ou violenta.

Dessa forma, o filme sugere a busca por um equilíbrio entre o desejo de mudança e a necessidade de preservar a saúde mental, evitando a paranoia e o sofrimento. Com isso, o diretor mostra que a violência pode ser prejudicial tanto para si mesmo quanto para os outros.

Atuações e outros destaques de “Uma Batalha Após a Outra”

A interpretação de Leonardo DiCaprio consegue despertar empatia pelo protagonista, apesar de o filme não romantizar a figura do revolucionário. Isso porque a relação de seu personagem com a filha, interpretada pela atriz Chase, é particularmente comovente, criando um laço familiar genuíno. Outro destaque é a atuação de Sean Penn, que interpreta um personagem que, por se achar superior aos outros e acreditar que a vida lhe deve algo, acaba se tornando uma “presa fácil” para pessoas que se sentem ainda mais superiores. A narrativa mostra como esse personagem se envolve com um grupo que não tolera desvios, revelando sua própria fragilidade e a maneira como é usado.  Outras participação importante é a de Regina Hall

, que mesmo em papel pequeno, têm aparições fortes e marcantes, capazes de ressoar emocionalmente na trama.

No fim, o grande mérito de “Uma Batalha Após a Outra”“ é a forma como ele combina histórias profundas e reflexões complexas com muita ação. Afinal, Anderson utiliza a montagem e a trilha sonora de forma brilhante para manter o espectador envolvido e eletrizado. Isso ocorre ao mesmo tempo que a narrativa evoca humanidade e momentos de comédia ácida. Assim, o filme de Paul Thomas Anderson revela-se envolvente e emocionante. E entrelaça todas as histórias de forma poderosa.

Vídeo – “Uma Batalha Após a Outra”

Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça. Além disso, é autora de livros-reportagens como “Neurodivergentes” (2019), “Ikeda” (2020) e “Metamorfoses” (2023). Na ficção, escreveu obras como “Danielle, asperger” (2016) e “A Influenciadora e o Crítico” (2025).

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