As metáforas em Um Truque de Mestre 3: crítica do filme aborda os cavaleiros e o elenco, da franquia de mágicos ilusionistas.
Se tem uma franquia que sabe misturar espetáculo, ação e aquele charme estilo “Robin Hood” moderno, é “Truque de Mestre”. Afinal, acompanhar o grupo de ilusionistas, que funcionam quase como uma equipe de super-heróis roubando dos ricos para ajudar os pobres, é sempre sinônimo de puro entretenimento.
Claro que para embarcar nessa jornada, a regra número um é suspender a descrença. Isso porque nem tudo o que vemos em tela preza pela verossimilhança ou pelo realismo. Entretanto, é exatamente essa homenagem exagerada e deliciosa à mágica que torna a experiência tão gostosa de acompanhar. E neste terceiro capítulo, a fórmula retorna.
O ponto alto de “Um Truque de Mestre 3” é, sem dúvida, o elenco. Afinal, o filme acerta em cheio ao reunir todos os “Cavaleiros”. Aliás, sempre fui fã da sinergia desse grupo. Isso porque eles apresentavam características individuais que, isoladamente, podem parecer desconexas, mas que juntas possuem um poder formidável de decifrar enigmas e transformar realidades.
Um aspecto curioso é como o roteiro lida com a dinâmica do grupo, especialmente considerando a troca da figura feminina que ocorreu no segundo filme. Afinal, Isla Fisher saiu devido à gravidez e entrou Lizzy Caplan. Agora, ambas estão presentes. Então, há uma piada interna muito inteligente sobre essa semelhança com a vida real e a substituição dos membros. O que mostra que a franquia sabe rir de si mesma. Dessa forma, ver todos os cavaleiros reunidos e o clima de cooperação e camaradagem que se estabelece é o que torna a trama envolvente.
Para além da ação frenética, o que me ganha nessa franquia é a metáfora. Afinal, a mágica e o ilusionismo se apresentam não apenas como truques, mas também como símbolos de fé e esperança. Essa mensagem, muito presente no primeiro filme, retorna aqui. Em tempos difíceis, a mágica serve como um lembrete de que dias melhores são possíveis, mesmo que a lógica diga o contrário.
No mais, neste terceiro ato, encontramos os Cavaleiros em uma posição mais vulnerável. Isso porque as ameaças são mais pesadas e reais. Além disso, a presença de Morgan Freeman continua sendo um pilar interessante e adiciona peso à narrativa. Também há sutilezas no roteiro que servem como uma crítica afiada ao tipo de pessoas que idolatramos hoje e, mais importante, como esses “ídolos” enxergam o público. É uma camada de profundidade que enriquece a narrativa.
Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UFPel). Idealizadora da mentoria “Conexão Raiz”. Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça. Além disso, é autora de livros-reportagens como “Neurodivergentes” (2019), “Ikeda” (2020) e “Metamorfoses” (2023). Na ficção, escreveu obras como “Danielle, asperger” (2016) e “A Influenciadora e o Crítico” (2025).
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