“Truque de Mestre” (2013) é uma vibrante e envolvente ode ao universo da mágica e do ilusionismo. Isso ocorre porque o filme cativa o espectador com uma exibição exuberante de truques que vão desde espelhos gigantes e sósias até hipnose e hologramas. Dessa forma, a obra orquestra um espetáculo deliciosamente performático, extravagante e lúdico.
A direção de Louis Leterrier é um dos pilares dessa experiência. Com um ritmo frenético, ele impulsiona a narrativa através de reviravoltas engenhosas que garantem o envolvimento e a torcida do público. Ademais, a direção de atores precisa e um elenco impecável são outros pontos fortes. Além do espetáculo visual, o filme também insinua reflexões importantes. Afinal, ele analisa o papel da fé e das abstrações em um mundo cada vez mais focado no concreto e na razão. Portanto, é um convite à reflexão sobre a forma como percebemos e interpretamos a realidade, enriquecido por metáforas sobre a união que faz a força e a crítica às desigualdades sociais.
A Trama de Truque de Mestre: Ilusionismo, Roubos e Perseguição
Em “Truque de Mestre“, acompanhamos Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), o carismático líder do grupo de ilusionistas The Four Horsemen. Enquanto encantam o público com suas mágicas no palco, o grupo também rouba bancos em outros continentes e distribui o dinheiro roubado nas contas dos próprios espectadores. Esses crimes levam o agente do FBI Dylan Hobbs (Mark Ruffalo) a uma determinação implacável para capturá-los, especialmente após o grupo anunciar seu assalto mais audacioso. Para isso, Hobbs conta com a ajuda de Alma Vargas (Melanie Laurent), uma detetive da Interpol, e de Thaddeus Bradley (Morgan Freeman), um veterano desmistificador de mágicos que insiste que os assaltos são realizados através de disfarces e jogos envolvendo vídeos.
A sintonia e a sinergia entre os “Quatro Cavaleiros“, vividos por Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Isla Fisher e Dave Franco, são de fato mágicas e encantadoras. O quarteto estabelece a química necessária para o sucesso do grupo e conquista a torcida da plateia. As dinâmicas entre os investigadores, Mark Ruffalo e Mélanie Laurent, adicionam uma camada inteligente e agradável à trama. O ceticismo de Ruffalo em contraste com a perspectiva de Laurent complexifica a perseguição, elevando o filme além dos shows de mágica. Além disso, a presença de veteranos como Michael Caine e Morgan Freeman é um acerto incrível. Caine, como o enigmático patrocinador, e Freeman, como o desmascarador de truques, são habilmente utilizados, enriquecendo o universo da trama sem sobrecarregá-la.
Truque de Mestre: Uma Experiência Imersiva com Direção Dinâmica e Elenco Brilhante
Todas essas qualidades convergem para tornar “Truque de Mestre” uma experiência divertida e, inegavelmente, especial. Os efeitos especiais e os cenários se encaixam perfeitamente na proposta visual do filme, complementando a grandiosidade dos truques. A produção demonstra um cuidado meticuloso em diversos aspectos: a trilha sonora que complementa o clima de mistério, os tons sóbrios das roupas dos personagens e os ambientes monocromáticos que contribuem para a atmosfera enigmática da trama, além de realçar o impacto visual dos truques.
Avaliação

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
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