Arte e entretenimento

Crítica: Todo Mundo em Pânico 3 (2003)

Todo Mundo em Pânico 3 (2003) é, certamente, o filme mais engraçado e absurdo da franquia. Afinal, o primeiro longa-metragem da cinessérie resgatou com precisão o conceito de paródia besteirol com toques de crítica e uma recriação eficiente dos filmes satirizados aliada a altas doses de besteirol. Porém, depois de uma continuação desastrosa, houve uma troca de diretores.

Com isso, saíram os irmãos Wayans e entrou David Zucker, que é um cineasta experiente no estilo. Assim, ele conseguiu entregar ao público uma peŕola da comédia escrachada que merece figurar ao lado de Corra que a Polícia Vem Aí! (1988) e Apertem os Cintos: O Piloto Sumiu! (1980) como um dos exemplares mais divertidos do gênero.

Todo Mundo em Pânico 3 é deliciosa sátira besteirol

Dessa forma, o roteiro deste terceiro filme costura citações às obras que busca debochar. Mas, ao contrário do primeiro Todo Mundo em Pânico, os filmes de terror aqui referenciados têm tramas muito diferentes entre si. Então, o foco da diversão está em reconhecer essas referências e embarcar em uma jornada de humor sem noção ininterrupta.

Nesse sentido, o elenco de comediantes revela-se de primeira grandeza e, junto com a esperteza de David Zucker em despertar o riso, consegue criar uma identidade própria para a obra e os personagens. Além disso, Todo Mundo em Pânico 3 oferece alguns lampejos de humor mais sofisticado ao criticar a artificialidade que, em maior ou menor grau, compõe a experiência dos filmes de terror.

Paródia de filmes de terror reúne comediantes de primeiro nível

Outro sacada genial foi reunir três atores de comédia soberbos nos papéis principais. Isso porque tanto Anna Faris quanto Leslie Nielsen e Charlie Sheen têm aquela seriedade para encarar as situações que não apenas preservam a atmosfera das obras originais, como também provocam risos incontroláveis pelo contraste com o humor absurdo com que trabalham. Também vale destacar a participação de Regina Hall, que faz rir pelo exagero.

Assim, o acerto na direção de David Zucker está em abraçar o rídiculo e desenvolvê-lo com tanto afinco que a sensação de incredulidade proporciona fortes gargalhadas em momentos inesperados. Com isso, o filme já começa engraçado com a abertura estrelada por Jenny McCarthy e Pamela Anderson, que elevam o papel de loira fútil à enésima potência do humor. Além delas, há várias outras participações especiais marcantes, o que inclui de Queen Latifah a Denise Richards.

Avaliação

Avaliação: 3.5 de 5.

Autora

Sophia Mendonça é uma jornalistaescritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+

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