Arte e entretenimento

Crítica: “Scooby-Doo” (2002) – Sophia Mendonça

A adaptação de “Scooby-Doo” (2002) pode ser uma das melhores já feitas. Isso se deve a um elenco de cair o queixo que se encaixou perfeitamente em seus papéis, e a uma ousadia narrativa que poucos filmes do gênero se atreveram a ter.

Elenco do live-action de Scooby-Doo é perfeito

A escolha de elenco foi simplesmente impecável. Isso porque Sarah Michelle Gellar, Freddie Prinze Jr., Matthew Lillard e Linda Cardellini não eram apenas grandes estrelas da época, mas tinham uma vasta experiência em filmes de terror e de estilo juvenil. Essa bagagem de carreira deu a eles a capacidade de habitar os personagens com familiaridade e carisma. O que os fez cair como uma luva para os integrantes da Máquina de Mistérios.

O filme vai além de uma simples recriação da animação. Ele é ambicioso e mantém a atmosfera original que mistura terror, suspense e comédia, mas sem medo de ir mais fundo. Afinal, o roteirista James Gunn e o diretor Raja Gosnell usam a mitologia da série de TV para criar algo mais complexo. Assim, a trama de mistério é mais intrincada, cheia de reviravoltas, e o humor autoparodia os protagonistas. Tudo isso confere uma nova roupagem à história. E é essa mistura de uma comédia física para crianças, com uma homenagem satírica repleta de referências para adultos, que torna o filme tão único.

Adaptação do desenho animado Scooby-Doo é charmosa e ambiciosa

À primeira vista, essa mistura de gêneros pode parecer estranha para os fãs mais puristas. Mas, a abordagem autoconsciente e ousada do filme, que na época parecia um desvio da fórmula original, agora, em uma revisita, parece seu maior charme. O longa-metragem, dessa forma, se apropria do espírito do desenho, mas adiciona sua própria identidade. Com isso, enriquece a franquia.

Além do enredo, “Scooby-Doo: O Filme” acerta em outros pontos. A trilha sonora com bastante rock e a ambientação em uma ilha fantasmagórica, por exemplo, criam uma atmosfera arrepiante e divertida. Até os efeitos especiais, embora datados, funcionam bem, e o Scooby-Doo em CGI é carismático, mesmo com as limitações da época. Tudo isso sem falar do elenco coadjuvante, com as participações divertidas de Rowan Atkinson e Isla Fisher.

Scooby-Doo está disponível na HBO Max.

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Avaliação

Avaliação: 4.5 de 5.

Autora

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UFPel). Idealizadora da mentoria “Conexão Raiz”. Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça. Além disso, é autora de livros-reportagens como “Neurodivergentes” (2019), “Ikeda” (2020) e “Metamorfoses” (2023). Na ficção, escreveu obras como “Danielle, asperger” (2016) e “A Influenciadora e o Crítico” (2025).

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