Arte e entretenimento

Crítica: Pica-Pau – O Filme (2017)

Pica Pau – O Filme é obra frágil que, no máximo, pode servir como entretenimento passageiro aos fãs mais nostálgicos do desenho animado. Porém, a sensação ao ver a produção é de que foi perdida a chance de criar um novo clássico que fizesse jus ao material original.

O Pica-Pau é um personagem de desenho animado. Então, trata-se de um animal características humanas, que estrelou vários curta-metragens de animação produzidos pelo estúdio de Walter Lantz e distribuídos pela Universal Pictures. Assim, embora não seja o primeiro dos personagens “malucos” que se tornaram populares nos anos 1940, o Pica-Pau é considerado um dos personagens mais notáveis do gênero. Ele é um dos poucos oriundos de desenho animado que possui uma estrela na Calçada da Fama.

Pica-Pau – O Filme é mais irritante que engraçado

Nessa versão dirigida por Alex Zann, especialista em filmes “familia”, o travesso Pica-Pau está metido em mais uma de suas insanas brigas por território. Então, os inimigos da vez são o vigarista Lance Walters (Timothy Omundson) e sua namorada Vanessa (a brasileira Thaila Ayala). Eles estão precisando de dinheiro e se percebem determinados a construir uma extravagante mansão na floresta para lucrar com a venda. Porém, Pica-Pau também mora no terreno e não pretende deixá-los em paz.

A natureza irreverente do personagem nos desenhos é relativamente pouco explorada neste filme. Aqui, assim como nos originais, o pássaro oscila entre momentos divertidos, politicamente incorretos e, na maioria das vezes durante esta projeção, particularmente irritantes. Assim, nem a famosa gargalhada ou a quebra da quarta parede conseguem manter a força daquele que dá título à obra. Para piorar, a animação em CGI está longe de ser exemplar e destoa consi deravelmente de todo o restante do cenário.

Atriz brasileira Thaila Ayala é desperdiçada em produção de Hollywood

Outro problema são os personagens humanos, que acabam soando insossos e incapazes de deixar uma marca na tela. Por exemplo, a brasileira Thaila Ayala tem personagem extremamente mal desenvolvida pelos roteiristas. Isso é ingrato com a atriz. Para piorar, ela e todos os outros atores usam e abusam dos estereótipos na construção das figura representadas na tela.

Além disso, roteiro é extremamente previsível e não apresenta nenhum grande momento durante os 84 minutos do longa-metragem. Ele chega a ensaiar uma mensagem ecológica logo no começo e que se mantém ao longo da projeção. Porém, não é capaz de desenvolvê-la com eficácia. Já os créditos finais em desenho, por outro lado, são um pró. Mas, apesar de todo o carisma do protagonista, é difícil simpatizar com o filme. Isso porque ele utiliza uma fórmula já desgastada e muito melhor recriada por outros exemplares voltados ao público infantojuvenil.

Avaliação

Avaliação: 0.5 de 5.

Trailer

Pica-pau – O Filme é mais irritante que engraçado. Atriz brasileira Thaila Ayala é desperdiçada em produção de Hollywood.

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

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