Arte e entretenimento

Crítica: Pânico 2 (1997)

Pânico 2 (1997) tem a missão ingrata de ser uma continuação que vai contra a regra de empalidecer perante o original. Afinal, Pânico (1996) trazia um teor de novidade ao slasher. O que era considerado algo impossível de se obter nos anos 1990.

Claro que isso é tema das tentativas de subversão e das discussões metalinguísticas entre os personagens neste segundo longa-metragem da franquia. Ao mesmo tempo, a obra mantém a autoparódia e o mistério no centro da narrativa. 

Sobre o que é a abertura de Pânico 2?

Todas essas características ficam evidentes já na abertura, que aborda temas como a objetificação feminina e a falta de protagonismo negro no contexto da produção audivisual de terror na época. Além disso, merece destaque o modo imprevisível e tenso como as mortes acontecem. Dessa forma, há a impressão de que há muito mais risco nesse novo filme. Afinal, nenhum lugar é seguro.

A partir daí, surge a ideia de que tudo é muto mais perigoso e intenso numa sequência como essa. Com isso, há doses maiores de tensão e uma maior contagem de corpos.  Outros temas pertinentes a continuação do filme de terror, como o trauma da protagonista e uma discussão sobre como seria o perfil do assassino, também são explorados. 

Pânico 2 é melhor do que o original?

No mais, o filme não apresenta grandes surpresas em relação ao que a gente já tinha visto no original. Assim, fica difícil evitar aquela sensação de desgaste que paira sobre a maior parte das continuações cinematográficas.

Penso que a inovação do primeiro só voltou a ser resgatada no quarto filme, lançado 11 anos depois do fim da trilogia original. Mesmo assim, Pânico 2 não deixa de ser um filme envolvente, bem realizado e com alguns diferenciais se comparado à média de longas-metragens semelhantes.

Avaliação

Avaliação: 3.5 de 5.

Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.

Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.

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