Apesar da boa ideia, Elementos falha como metáfora racial. Comédia romântica em destaque em nova animação da Pixar.
“Elementos”, nova animação da Pixar, é um filme mais ousado do que as últimas produções do estúdio. Isso porque ele aposta na originalidade em vez de continuar sagas e ideias já bem-sucedidas. Assim, a trama de uma história de amor entre fogo e água como uma espécie de comédia romântica infantojuvenil é bastante simpática. E o longa-metragem ainda almeja tornar-se um tipo de fábula sobre a imigração.
Dessa forma, “Elementos” tem como pano de fundo para o romance um enredo sobre as relações familiares de imigrantes e a busca deles por subsistência em um outro contexto. Nesse sentido, a trilha sonora com cítaras e inspiração indiana mostra-se uma escolha interessante. Porém, no geral, a obra não consegue desenvolver bem esse conceito. Afinal, a metáfora que permeia a narrativa não dialoga com o romance, que é o aspecto principal da produção. Assim, acaba soando um filme desconjuntado e superficial.
“Elementos” desenrola-se em uma sociedade extraordinária chamada Cidade Elemento. Nela, água, terra, fogo e ar vivem em completa harmonia. Então, somos apresentados à Faísca (fogo, dublada por Leah Lewis), uma mulher espirituosa na faixa dos vinte anos, com um grande senso de humor e apaixonada pela família. Porém ela tem um temperamento impetuoso e às vezes descontrolado; Já um pouco quente; Gota (água, dublado por Mamoudou Athie) é um jovem empático, observador e extrovertido, que não tem medo de demonstrar suas emoções.
A partir daí, o filme culmina em um romance improvável. E apesar de todos os problemas, ele consegue nos envolver pelas interações entre os protagonistas. Afinal, a dupla recebe um desenvolvimento humanizado em meio ao belo visual em animação. Dessa forma, é agradável acompanhar o quanto um consegue aprender com o outro e se transformar ao longo da narrativa.
Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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