Arte e entretenimento

Crítica: Duro de Espiar (1996)

Duro de Espiar é um filme de paródia lançado em 1996. Hoje, ele encontra-se disponível no catálogo do Star+. Então, é regra nessas sátiras besteirol o impacto negativo dapassagem do tempo. Isso pode ocorrer em maior ou menor grau. Mas acontece porque as referências às obras originais também se tornam datadas.  Assim, os exemplares do estilo que resistiram ao teste do tempo eram sobretudo aqueles que conseguiram estabelecer uma identidade de humor pŕopria e não apenas apelar à nostalgia. Este é o caso de clássicos como Corra que a Polícia Vem Aí!, Apertem os Cintos: O Piloto Sumiu e Todo Mundo em Pânico 3

Nem Leslie Nielsen, o rei das comédias besteirol, salva Duro de Espiar

Em Duro de Espiar, também há até uma tentativa de criar algo mais consistente. Afinal, o filme tem protagonismo de um dos maiores astros que Hollywood já teve nesse subgênero, que é o impagável Leslie Nielsen. Porém, nem mesmo ele consegue salvar a falta de inspiração do longa-metragem. Com isso, infelizmente, Duro de Espiar está mais para uma versão um pouco melhor de obras mais contemporâneas como Espartalhões e Deu a Louca em Hollywood!, que destacam a decadência do gênero. Ou seja, cedem ao humor rasteiro e recriações toscas em vez de se preocupar em explorar com mais sagacidade as possibilidades cômicas que uma nova roupagem a obras de sucesso pode proporcionar.

Neste filme, o  diabólico general Rancor quer dominar o mundo. Porém, apenas um homem pode detê-lo. Este é Dick Steele, que também é conhecido como Agente WD-40. Assim, Rancor precisa obter um circuito de computador para o míssil que está planejando lançar. Já Steele se une à Veronique Ukrinsky, uma agente da KGB cujo pai projetou o chip. Juntos, eles tentam localizar o quartel-general do mentor, onde o pai da jovem e vários outros são mantidos reféns.

Paródia a filmes de ação policial carece de graça e inspiração

Apesar da mistura entre policial e comédia ser provavelmente uma das mais propícias ao humor, justamente por evidenciar o absurdo lúdico e as licenças narrativas das obras originais, Duro de Espiar sequer consegue segurar a atenção pelos 80 minutos de projeção. Afinal, por mais divertido que Leslie Nielsen possa ser, o humor aqui não traz muitos momentos que valorizem a sátira e o deboche de maneira a provocar gargalhadas. E mesmo a atmosfera policial, que às vezes funciona como um elemento de equilíbrio ao trazer maior seriedade que contrasta com a comédia pastelão, também não faz muita diferença aqui.

Avaliação

Avaliação: 1.5 de 5.

Autora da Crítica

Sophia Mendonça é uma youtuber, podcaster, escritora e pesquisadora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.

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