Acompanhante Perfeita é um terror de ficção científica criativo e mordaz. Afinal, a obra une as discussões sobre os relacionamentos abusivos e os dilemas éticos que envolvem o uso da inteligência artificial. A partir disso, o filme nos envolve em uma série de reviravoltas. Tudo isso ocorre em pouco mais de uma hora e meia de duração. Este é, portanto, um daqueles filmes em que quanto menos informações prévias temos sobre ele, melhor.
Sobre o que é o filme Acompanhante Perfeita
Dessa forma, o diretor Drew Hancock aborda temas como a mercantilização do amor, a socialização precária de muitos homens e a idealização da mulher perfeita como sexualizada e submissa. Além disso, o desejo do ser humano pelo controle à descoberta da própria identidade após a saída de uma relação tóxica estão dentre os assuntos abordados. E claro, o filme apresenta muita violência e humor perverso.
Assim, as reflexões pipocam na tela em ritmo ágil. O que ocorre sem que necessariamente as nuances da narrativa se desenvolvam profundamente. Ou mesmo, mergulhem totalmente na catarse do horror satírico que o filme propõe. Em outras palavras, Acompanhante Perfeita é deliciosamente divertido e pertinente em suas discussões. Tanto que nos deixa com a impressão que poderia ser ainda melhor se levasse suas metáforas um pouco mais a sério.
Acompanhante Perfeita é bom?
Nas mãos de uma cineasta como Coralie Farjeat – que concorre a três Oscar esse ano pelo terror A Substância – este longa-metragem despretensioso poderia ser um novo clássico do gênero. Inclusive porque a protagonista Sophie Thatcher é uma rainha do grito exemplar. Também, ela consegue comover e despertar empatia pelas transformações que a personagem passa gradualmente ao longo da narrativa.
Avaliação
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Sophia Mendonça é jornalista, professora universitária e escritora. Além disso, é mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Ela também ministrou aulas de “Tópicos em Produção de Texto: Crítica de Cinema “na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), junto ao professor Nísio Teixeira. Além disso, Sophia dá aulas de “Literatura Brasileira Contemporânea “na Universidade Federal de Pelotas (UfPel), com ênfase em neurodiversidade e questões de gênero.
Atualmente, Sophia é youtuber do canal “Mundo Autista”, crítica de cinema no “Portal UAI” e repórter da “Revista Autismo“. Aliás, ela atua como criadora de conteúdo desde 2009, quando estreou como crítica de cinema, colaborando com o site Cineplayers!. Também, é formada nos cursos “Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica” (2020) e “A Arte do FIlme” (2018), do professor Pablo Villaça.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.