A impressão que eu tive ao fim de A Dama de Ferro foi de que Margaret Thatcher realmente merecia ter a história contada em uma cinebiografia. Isso ocorre pelo grau de controvérsia que se evocada sobre a atuação política dessa forte personagem feminina. Porém, o filme ganharia mais fôlego caso mostrasse melhor as ações da politica. Ainda assim, ele conta com uma performance brilhante de Meryl Streep no papel principal.
O longa-metragem começa mostrando a protagonista idosa e com alzheimer. Assim, logo de cara percebemos a riqueza da interpretação de Streep, que pelo papel recebeu o terceiro Oscar da carreira dela. Aqui, a atriz conta com o auxílio de uma maquiagem impecável, que a deixa quase irreconhecível. Por exemplo, as rugas no pescoço jamais deixam de convencer. Dessa forma, a atriz de 62 anos se passa por uma mulher mais velha de forma perfeita. Isso ocorre por meio do trabalho que faz de postura e voz.
A Dama de Ferro mescla passado e presente e consegue mostrar como uma mulher anteriormente tão forte se encontra debilitada pela doença. Ao mesmo tempo, vemos o machismo que a protagonista teve que enfrentar. Então, a personalidade de Margaret Thatcher é dissecada em aspectos como dureza, rigor e ambição. Claro que a atuação de Meryl Streep ajuda bastante. Afinal, ela recriou o timbre de voz firme e contundente de Thatcher com precisão. Aliás, a atriz utiliza a mudança de timbre de um tom mais estridente para outro mais comedido para mostrar a evolução da personagem.
O grande problema do filme é a direção de Phyllida Lloyd, que é uma experiente diretora de teatro. Antes desse filme, o principal crédito dela no cinema havia sido o divertido musical Mamma Mia!, que também trazia Meryl Streep no papel principal. Porém, ambos os filmes tem narrativas muito diferentes. Dessa forma, A Dama de Ferro carece de maior acabamento de linguagem cinematográfica.
Sophia Mendonça é uma influenciadora, escritora e desenvolvedora brasileira. É mestre em Comunicação, Territorialidades e Vulnerabilidades (UFMG) e doutoranda em Literatura, Cultura e Tradução (UfPel). Em 2016, tornou-se a pessoa mais jovem a receber o Grande Colar do Mérito em Belo Horizonte. Em 2019, ganhou o prêmio de Boas Práticas do programa da União Européia Erasmus+.
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